11/09/2019 - 3:00
Segundo o diretor de Carnaval da Lierj, Cícero Costa, um documento abrindo mão da venda de ingressos foi entregue à prefeitura na segundafeira. “Foi a alternativa que encontramos para tentar viabilizar a subvenção municipal. As escolas da Série A passam por grave crise financeira e, sem a subvenção, é quase impossível o desfile acontecer”, explicou. A arrecadação da bilheteria na Série A varia de R$ 80 mil a R$ 100 mil, enquanto a subvenção da prefeitura, neste ano, foi de R$ 250 mil para cada escola. “É um valor muito baixo para fazer um Carnaval digno”, criticou. Entre as escolas da Série A, está a Imperatriz Leopoldinense, rebaixada este ano e que terá como carnavalesco Leandro Vieira, o atual campeão do Grupo Especial, com a Mangueira.
Uma reunião entre a Lierj e o prefeito deve acontecer na próxima semana. Mas, por parte da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa), detentora do uso do Sambódromo, a medida não teria entrave. “Não vejo empecilho, se for a oportunidade de a Lierj conseguir apoio municipal. Só precisaria de um estudo técnico para viabilizar a logística e garantir a segurança do público”, afirmou Jorge Castanheira, presidente da Liesa, que voltou a desaprovar a retirada da subvenção. “Não fizemos nada contra o prefeito para receber esse tipo de tratamento. O Carnaval traz muitos benefícios ao Rio. É um sufoco que não esperávamos passar”.
Castanheira também rebateu a divulgação da prefeitura de que o valor dos desfiles da Sapucaí irá para creches conveniadas. “Entendo que a prefeitura pode estar sem recursos, mas isso é um anúncio distorcido. A gente sabe que a receita da Educação não vem do Carnaval, é um orçamento específico para a área”, pontuou. Ele lembrou, ainda, que 6.500 ingressos do Grupo Especial são doados à população, e 9.600 são vendidos a R$ 10.
Por outro lado, o governo do Rio busca patrocínio para os desfiles, do Grupo Especial e da Série A. “Estamos esperançosos. Enquanto isso, as agremiações ainda estão com os projetos no papel. Desde que a prefeitura passou a cortar as verbas, a Série A foi sacrificada em 75%. Cada escola recebia R$ 900 mil”, pontua o diretor da Lierj. “Estamos de mãos atadas”, completa o presidente da Acadêmicos do Sossego, Hugo Júnior.
Em nota, a Riotur informou que ainda não foi comunicada oficialmente pela Lierj: “Mantemos diálogo constantemente com as ligas. Vamos nos posicionar oportunamente”.