A cidade de São Petersburgo anunciou nesta sexta-feira que rompeu o contrato que tinha com a empreiteira maior de um dos principais estádios da Copa do Mundo de 2018, na Rússia, que também foi escolhido para abrigar a final da Copa das Confederações de 2017, competição mais importante do calendário da Fifa antes da disputa do Mundial.

Provisoriamente chamado de Arena Zenit, o estádio já acumula quase uma década de sua construção, e o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, chegou a qualificá-lo como uma “vergonha” para o país neste período de preparação para a Copa.

O local será o único, ao lado do estádio Luzhniki, principal palco da Copa de 2018, a receber sete jogos na competição entre as 12 arenas russas do torneio. Além de abrigar quatro partidas da fase de grupos, São Petersburgo terá um confronto das oitavas de final, um da semifinal e a disputa do terceiro lugar.

O custo total da Arena Zenit é calculado em 39 bilhões de rublos (cerca de US$ 620 milhões) e, com a queda do valor da moeda russa a partir de 2014 na esteira de sanções internacionais ao país e da queda dos preços do petróleo, se tornou um dos estádios mais caros da história do futebol.

Por meio de um comunicado, a prefeitura de São Petersburgo anunciou que despediu a

Transstroy, empreiteira geral da obra, por causa dos constantes atrasos e custos suplementares da mesma. Para completar, ainda informou que irá acionar a polícia russa por causa do sumiço de cerca de US$ 39 milhões designados para a construção do estádio.

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“Através dos anos, as exigências da empreiteira Transstroy se reduziram a três ideias: não entregaremos o estádio a tempo, nos deem mais dinheiro e não nos controlem”, afirmou o vice-governador de São Petersburgo, Igor Albin, no comunicado no qual também enfatizou que “a empreiteira geral perdeu toda a credibilidade ao descumprir as obrigações de seu contrato” e ao não tomar “decisões administrativas cruciais”.

Além de cobrar o dinheiro desviado, a prefeitura da segunda maior cidade da Rússia afirmou que há somente 1.200 operários trabalhando hoje na construção do estádio, menos da metade dos 3.000 que avalia que sejam necessários para terminar a obra a tempo de receber jogos da Copa das Confederações de 2017, que será realizada entre os dias 17 de junho e 2 de julho. A previsão inicial era de que a obra fosse finalizada já neste ano, o que não deverá ocorrer.

Vadim Tyulpanov, diretor da comissão do parlamento russo que supervisiona os preparativos para a Copa de 2018, disse nesta sexta-feira às agências de notícias do seu país, após uma inspeção na obra, que a decisão tomada pela prefeitura de São Petersburgo poderá tornar o local sem condições de ser uma das sedes da Copa das Confederações.

Tyulpanov destacou que considerou “um erro dispensar a empreiteira geral a seis meses da data de entrega”, embora tenha admitido que não “estava em posição para dar conselhos para a prefeitura”. “Se o estádio não for entregue em dezembro, não poderemos abrigar o torneio em junho”, opinou.

Procurado também por agências da Rússia, o ministro de Esportes do país, Vitaly Mutko, afirmou confiar no trabalho da prefeitura de São Petersburgo e disse que não irá interferir por meio do governo nacional. “o governador deu suas garantias, com eventos-teste e de treinamento, e a Copa das Confederações está definida para ser realizada em São Petersburgo”, ressaltou Mutko.


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