Com ares de revanche, o São Paulo inicia sua trajetória na Copa Sul-Americana nesta quinta-feira. Na Argentina, a equipe tricolor reencontra o Tigre, adversário com quem duelou na final de sua última conquista continental, em 2012, em um jogo envolto em muita polêmica e que não terminou nos tradicionais 90 minutos.

Em 12 de dezembro de 2012, no Morumbi, o São Paulo enfrentou o Tigre no jogo de volta da final da Sul-Americana. Após o primeiro tempo amplamente favorito ao time da casa, que já contava com o placar de 2 a 0 no marcador, os argentinos se recusaram a voltar a campo, alegando terem sido ameaçados pela Polícia Militar com armas de fogo. Após 30 minutos de espera na busca de uma solução, a arbitragem decidiu encerrar o jogo e entregar a taça ao São Paulo.

Desde então, porém, o São Paulo entrou numa maré de azar. São anos sem títulos relevantes. Em 2021, a sequência foi interrompida com a conquista do Paulistão sobre o rival Palmeiras. Mesmo assim, a taça não foi suficiente para animar a torcida. Alguns acreditam, por superstição, que apenas um novo embate, completo dessa vez, com o Tigre poderá encerrar essa “maldição” que toma conta do Morumbi há mais de uma década.

São Paulo e Tigre estão no Grupo D, ao lado do colombiano Deportes Tolima e da Academia Puerto Cabello, da Venezuela. Brasileiros e argentinos medem forças na primeira e última rodadas da fase de grupos. Nesta terça, o jogo será no Estádio José Dellagiovanna, conhecido como Coliseo de Victoria, em Buenos Aires. A volta, no Morumbi, acontece apenas em 27 de junho.

No fim de semana, durante jogo do Campeonato Argentino, a torcida do Tigre lançou uma canto com um recado ao São Paulo: “Brasileiros, brasileiros, quão amargurados vocês estão. Cada vez falta menos para voltarmos a nos ver”. A equipe argentina ainda convive com a preocupação de perder seu treinador, Diego Martínez, para o Boca Juniors.

Será o primeiro jogo do São Paulo desde a eclosão da crise interna envolvendo o técnico Rogério Ceni e o atacante Marcos Paulo. O ex-goleiro questionou o jogador, durante treinamento no CT da Barra Funda, sobre uma publicação nas redes sociais. O tom usado por Ceni foi criticado pelos atletas e a reclamação chegou à diretoria, que decidiu mesmo assim manter o ídolo no cargo.

Faz 24 dias que o São Paulo não joga uma partida oficial. A última foi a eliminação nos pênaltis para o Água Santa nas quartas de final do Campeonato Paulista. Desde então, além da coleção de polêmicas, o vice-campeão da Sul-Americana de 2022 busca reunir forças para iniciar um novo capítulo na temporada.

O São Paulo ainda convive com baixas no elenco. Entre os jogadores entregues ao departamento médico estão: Giuliano Galoppo, grande destaque da temporada, Gabriel Neves, Welington, Moreira, Ferraresi e Igor Vinicius. Calleri e Diego Costa cumprem suspensão por terem recebido cartão vermelho na final da Sul-Americana do ano passado. Sem muitas opções, Ceni deve levar a campo uma equipe formatada com três zagueiros e com Luciano no comando do ataque.