O Allianz Parque lotado, ainda que não com a sua capacidade total à disposição, e o retorno do jovem Danilo são as novidades em que o Palmeiras aposta para desfazer a vantagem do São Paulo na finalíssima do Campeonato Paulista, neste domingo. O Choque-Rei que definirá o campeão estadual começa às 16h. O time tricolor é favorito em virtude da vantagem que construiu no primeiro jogo da decisão.

Finalista do Campeonato Paulista pela terceira vez seguida, o Palmeiras busca seu sexto título em dois anos e quer erguer o 23º troféu estadual. Campeão em 2021 justamente em cima da equipe alviverde, o São Paulo persegue o bi e a 22ª taça, no geral.

E o time de Rogério Ceni está mais perto da conquista do que o rival, já que venceu por 3 a 1 na ida, no Morumbi, com atuação de brilho de Calleri. Portanto, pode até perder por um gol que sairá do Allianz Parque com o troféu. Os comandados de Abel Ferreira, para ficar com o título, têm de ganhar por três gols de diferença. Se o triunfo for por dois gols de vantagem, a definição do campeão sairá nos pênaltis.

Se os bastidores estavam inflamados antes da primeira partida pela divergência em relação à data da finalíssima, nos dias que antecedem o segundo jogo, os ânimos continuam aflorados. As decisões da arbitragem no Morumbi ainda incomodam o Palmeiras, que entende que foi prejudicado naquela partida.

Abel chegou a dizer que o torneio está “inquinado”, ou seja, manchado, contaminado. Também permanecem ressoando as publicações “inadequadas” de Ana Paula Oliveira, na visão da FPF, em seu Instagram. As postagens lhe renderam uma advertência da entidade.

ARTILHEIROS

A finalíssima opõe em campo um meio-campista técnico e um centroavante argentino raçudo e com grande qualidade nas finalizações. Raphael Veiga e Calleri têm algo em comum: a aptidão para marcar gols. Os dois são os artilheiros de Palmeiras e São Paulo em 2022. Cada um balançou as redes oito vezes na temporada.

Veiga não se abateu com o revés na ida e está confiante em uma remontada palmeirense. “Temos confiança no nosso time, nada perdido, Palmeiras é um time muito grande e mostramos outras vezes que a gente pode fazer”, disse.

O discurso de Calleri foi no sentido de conter a euforia. “Boa diferença, mas nada decidido ainda”, ponderou o argentino, sobre a vantagem de dois gols adquirida na última quarta-feira.

ARMAS DOS RIVAIS

“Jogador fora da caixa” e “especial”, na definição de Abel Ferreira, Danilo se livrou de um desconforto na coxa e participou dos últimos treinamentos. É provável que retorne ao time titular, o que fortalece o atual campeão continental. Único cria das categorias da base que se manteve entre os titulares, o jovem meio-campista é peça fundamental no esquema de Abel pela versatilidade, inteligência e, sobretudo, talento. Ele está em todos os campos do canto e fez falta no Morumbi, onde o time alviverde atuou com Jailson.

O Allianz Parque é outro “reforço” para o Palmeiras. Em sua casa, o time venceu todas as partidas na temporada, sempre marcando gols. O estádio terá sua capacidade de público reduzida entre 25% e 30%, caindo de 42 mil lugares para cerca de 30 mil, em virtude da montagem do palco para a recepção do show da banda Maroon 5, marcado para terça, dia 5. Grande parte das arquibancadas do Gol Norte estarão bloqueadas, sem torcedores. “Vamos precisar muito da ajuda dos torcedores, como sempre fizemos”, expressou Abel Ferreira.

Se o Palmeiras tem uma “cria da Academia”, como um de seus craques, o São Paulo conta com três garotos formados em Cotia em grande fase: Diego Costa, Rodrigo Nestor e Pablo Maia, este último autor de um gols no triunfo por 3 a 1 no Morumbi. Os jovens são, aliás, a fortaleza da equipe no Paulistão. Ceni apostou nos talentos vindos de Cotia e viu seu time evoluir, ganhando intensidade e agressividade.

TAÇA INÉDITA PARA OS TREINADORES

A taça do Paulistão será levantada pela primeira vez por Abel Ferreira ou Rogério Ceni. Nenhum dos dois ainda ganhou o Estadual mais prestigiado do País. O português encara sua nona final com o Palmeiras em 17 meses. Em oito decisões já disputadas, conquistou quatro títulos (Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana, além de duas Libertadores) e quer erguer mais um inédito para sua coleção.

O ex-goleiro tem sete conquistas como treinador, incluindo o Brasileirão com o Flamengo, mas lhe falta um troféu no clube em que é ídolo. Em sua segunda passagem como treinador do São Paulo, é a primeira vez que tem a chance de disputar uma final.