Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo apontam que entre janeiro de 2018 e outubro de 2020 foram registrados 82 casos de estupro (na forma tentada ou consumada) dentro de locais que prestam serviços de saúde – como casas de repouso, clínicas psiquiátricas, consultórios e hospitais – na capital paulista. Ao todo, durante esse mesmo período, a polícia registrou 7.688 casos de estupro na capital, uma média de 226 por mês.

As informações foram obtidas pelo Universa, do Uol, por meio da Lei de Acesso à Informação. De acordo com o levantamento, São Paulo registra, em média, um estupro a cada 13 dias dentro de um ambiente de saúde.

A maioria das ocorrências ocorrem em hospitais (56), em seguida, clínicas e consultórios (12) e postos de saúde (5). Ainda conforme os dados, 61% dos casos foram registrados como estupro de vulnerável, quando a vítima é menor de 14 anos ou não consegue oferecer resistência. As idades das vítimas variam de 1 a 68 anos.

Dos 82 registros pesquisados, 22 ocorreram em unidades privadas e 21 em lugares geridos pelo governo. O restante dos registros, enviados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo com base nos BOs, não tinha endereço.

O levantamento do Uol também aponta para o aumento de casos registrados a cada ano. Em 2018, foram 25 boletins de ocorrência em ambiente de saúde. Em 2019, o número passou para 28. E até 31 de outubro deste ano, já foram registradas 29 ocorrências.

Procuradas pelo Uol, a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria da Saúde de São Paulo informaram em nota que repudiam qualquer ato de violência contra paciente e atitudes que fujam aos protocolos de humanização previstos no SUS.

Conforme as pastas, os hospitais são orientados a tomar todas as medidas cabíveis a partir do conhecimento de algum caso, respeitando a confidencialidade da identidade dos envolvidos. Além disso, é instaurada uma sindicância para apuração interna dos fatos, sendo que cada caso é apurado individualmente por parte da diretoria de cada unidade.