O Estado de São Paulo registrou alta nos casos de homicídio e queda nos registros de furtos e roubos ao longo do mês de março, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 24, pela Secretaria da Segurança Pública. O Estado está sob decreto de isolamento social por causa do coronavírus desde o dia 24 de março, e, portanto, o balanço só incluiu uma semana de vigência da quarentena.

Duzentas e noventa e seis pessoas foram assassinadas em cidades paulistas no mês de março, 16% a mais do que as 255 vítimas do mesmo mês do ano passado. O número mais recente representa a maior quantidade de mortes para o mês desde 2017. No primeiro trimestre, o Estado ainda acumula queda, com redução de 2,6% desse tipo de crime. Outro crime que teve alta em março foi o latrocínio (roubo seguido de morte). Foram 18 registros no mês passado ante nove de março de 2019.

Na análise da secretaria, os homicídios aumentaram no interior e caíram na capital. As características dos assassinatos, diz o secretário executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo, apontam mais para desentendimentos pessoais do que para execuções, quando o crime é planejado. “Por exemplo, tivemos 15 casos que aconteceram entre familiares, ou seja, entre pessoas que se conheciam”, conta.

O indicador de roubos, categoria que inclui desde o assalto a pedestre até o roubo a residências e comércios, teve queda de 6,6% no mês passado. Ainda assim, foram registrados 20,5 mil casos em cidades paulistas, cerca de 683 por dia. Em 2019, nesse mesmo período, aconteceram 21,9 mil roubos.

A redução nos roubos foi acompanhada pela queda nos furtos – a primeira categoria se diferencia da segunda pela violência ou grave ameaça com a qual é praticada. Nos furtos, a redução foi de 31,6%, passando de 48,3 mil para 33 mil registros em todo o Estado. Os estupros também caíram, de 1.027 casos para 927, redução de 7,2%.

O Estado mostrou que a tendência de redução dos crimes patrimoniais deve se manter durante o mês de abril diante de uma redução expressiva no fluxo de pessoas nas ruas em razão da quarentena contra o coronavírus. Esses dados, porém, só deverão ser divulgados ao final de maio. A tendência é inversa em relação aos crimes de violência contra a mulher, para os quais os riscos são potencializados durante a quarentena.

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Camilo diz que a polícia está com mais efetivo à disposição uma vez que policiais empregados em atividades como manifestações, jogos de futebol, shows e ronda escolar, por exemplo, agora se dedicam ao patrulhamento preventivo nas ruas. “Fica mais complicado para o criminoso”, diz. “Os dados de abril trarão de forma mais forte o resultado da quarentena sobre os indicadores. A maioria dos registros está caindo”, acrescenta.

Como serviço essencial, as atividades da polícia não pararam nem para as pessoas que são dos grupos de risco. O secretário executivo diz que cerca de 0,5% de todo o efetivo das polícias, que se aproxima das 120 mil pessoas, está com suspeita de coronavírus. Mas Camilo pondera que as precauções estão sendo tomadas. “Fizemos chegar para eles máscaras e álcool em gel, assim como reforçamos os procedimentos de higiene das viaturas. É uma situação que está sendo bem administrada”, assegura.


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