São Paulo soma R$ 208 milhões com vendas de Cotia, mas arrecada menos que rivais

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São Paulo avançou para as quartas de final Foto: REUTERS/Jorge Silva

O São Paulo encaminhou nesta segunda-feira, 8, a venda de Henrique Carmo, joia das categorias de base do clube, para o CSKA Moscou, da Rússia, por US$ 6 milhões (R$ 32,5 milhões na cotação atual). Com a transferência, o jogador se tornará a quinta venda de um jovem revelado em Cotia neste ano, mas com valores abaixo de seus rivais, como o Palmeiras.

Antes de Carmo, o São Paulo já havia negociado Matheus Alves ao CSKA, por R$ 37,9 milhões. Além da dupla, William Gomes foi vendido ao Porto por R$ 55 milhões. Recentemente, Lucas Ferreira foi para o Shakhtar Donetsk por R$ 50,64 milhões.

Outro negócio envolve o garoto Angelo, de 16 anos, ao Strasbourg, da França, que pertence ao grupo do Chelsea, por R$ 32,3 milhões.

Somando todos esses valores, o São Paulo receberá, até o momento, R$ 208,3 milhões. O valor é considerado pelos torcedores. A título de comparação, o Palmeiras negociou, por R$ 232 milhões, o zagueiro Vitor Reis ao Manchester City. Estêvão e Endrick, as duas maiores vendas do time alviverde, renderam cerca de R$ 460 milhões aos cofres com as idas para Chelsea e Real Madrid, respectivamente.

Carmo era tido como uma das promessas da equipe e foi responsável pela assistência ao último gol de Lucas Moura, no empate com o Sport, pelo Brasileirão, no último mês. Seu contrato havia sido renovado em dezembro, até 2028. A diretoria são-paulina entende, no entanto, a necessidade em fazer caixa para sanar problemas financeiros nesta temporada.

No último ano, a dívida do São Paulo bateu R$ 962,2 milhões em 2024, com um déficit de R$ 287 milhões. Esses foram os piores números já registrados pelo clube em sua história. Além disso, pela primeira vez, sofreu um transfer ban, por causa de uma dívida com o Cerro Porteño.

As vendas das joias ajudam a sanar esse déficit. Além disso, com o Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), gerido pela Galápagos Capital e que entrou em vigor na última temporada, o São Paulo é obrigado a apresentar superávit no exercício de 2025. O planejamento era captar R$ 240 milhões com o fundo.

No orçamento para este ano, está previsto uma receita de cerca de R$ 860 milhões, com um superávit de R$ 44,8 milhões. Para atingir este objetivo, além de negociar joias de Cotia, o clube tem se preocupado em não gastar com reforços. Nesta temporada, o clube buscou atletas que estavam livres no mercado, por empréstimo ou por perdão de dívidas.

Chegaram Oscar (ex-Shanghai Port), Wendell (ex-Porto), Juan Dinenno (ex-Cruzeiro), Cédric Soares (ex-Arsenal), Enzo Díaz e Gonzalo Tapia (emprestados pelo River Plate), Rafael Tolói (ex-Atalanta) e Mailton (ex-Metalist, que devia ao São Paulo). O clube é o único do Brasileirão que não gastou com reforços até aqui.