O São Paulo mal ergueu o troféu da Copa São Paulo de Futebol Júnior, após derrotar o Vasco na final da última sexta-feira, e já vê times de dentro e fora do país demonstrarem interesse em alguns dos jogadores campeões. A maneira de se resguardar contra o assédio é estendendo os vínculos com estes atletas. Assim, se a saída for inevitável, ao menos renderá dividendos ao clube.

Na segunda-feira, por exemplo, a diretoria renovou o contrato do atacante Gabriel Novaes, artilheiro da Copinha, com dez gols, por mais cinco anos. O atual acordo terminaria em novembro. A ação não se deu apenas pelo bom desempenho do centroavante no torneio de base. É que o Barcelona estuda contratar o atleta de 19 anos por empréstimo para seu time B. Se tiver interesse posterior em adquiri-lo em definitivo, o time espanhol precisará bancar uma rescisão com os brasileiros.

O meia Antony, que já treinava com o profissional e também foi campeão da Copinha, é outro que tem despertado o interesse de rivais. Em setembro passado, seu acordo com o São Paulo foi renovado até meados de 2023, mesmo caso de Igor Gomes, Helinho e Liziero. O volante Luan, atualmente defendendo a seleção brasileira sub-20, tem vínculo até dezembro de 2022. Tanto Liziero quanto Luan estiveram em campo na final da Copa São Paulo de 2018.

O São Paulo evita, assim, dor de cabeça sofrida recentemente com Éder Militão. O clube deixou para negociar uma extensão de contrato tarde demais, quando o atleta já havia se destacado no profissional. Com ele valorizado, seu estafe endureceu as tratativas, e Militão acabou vendido ao Porto “barato” – por 4 milhões de euros (cerca de R$ 17,7 milhões na época). Atualmente, o Real Madrid estuda pagar mais de R$ 200 milhões pelo ex-são-paulino.

SÃO PAULO MANTÉM FATIA SOBRE PROMESSAS – Sem conseguir concorrer com os euros e dólares de fora, o São Paulo vem se notabilizando nos últimos anos por vender atletas que mal tiveram tempo de atuar no profissional, como o próprio Militão, Luiz Araújo e David Neres. Uma maneira de minimizar os danos é mantendo porcentual sobre os direitos econômicos desses atletas. Desta forma, numa revenda futura, o clube ao menos recupera o investimento financeiro realizado nas crias da base.

É o caso, por exemplo, do zagueiro Tuta, outro que acaba de ganhar a Copinha. O Eintracht Frankfurt, da Alemanha, estaria disposto a desembolsar 1,8 milhão de euros (R$ 7,6 milhões) por 70% dos direitos econômicos do jogador. O São Paulo ficaria com 30%. Caso o atleta vingue fora do país e seja negociado novamente, serão ainda mais euros pingando na conta tricolor.

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