Com probabilidades quase nulas de rebaixamento e já classificado para a Libertadores pela Copa do Brasil, engana-se o torcedor que pensa que o São Paulo não tem mais nenhum objetivo no Brasileirão. O time tricolor ainda precisa vencer fora de casa, algo que ainda não o fez. Para isso, terá mais uma oportunidade nesta quarta-feira, diante do Bahia, de Rogério Ceni, às 20 horas, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

O incômodo tabu torna-se ainda mais difícil de superar quando se olha o ataque. A produção ofensiva do time do Morumbi tem deixado bastante a desejar, muito por conta da ausência de Calleri. A última partida do camisa 9 pelo São Paulo foi há dois meses, na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, no Morumbi. Na ocasião, ele marcou os dois gols. Romero descontou.

Desde então, o São Paulo realizou dez jogos e só balançou a rede seis vezes – nos últimos dois jogos, foram dois 0 a 0. Dorival Júnior tem testado opções. Desde os improvisados James Rodríguez e Luciano, até os goleadores como Erison, David e Juan. Nada ainda surtiu efeito. Além do Bahia, o clube paulista ainda terá o Atlético-MG fora e o Flamengo em casa.

“Prefiro acreditar que essa fase (de poucos gols) seja momentânea”, declarou o técnico Dorival Júnior. “Estamos em final de temporada, as equipes todas estão jogando com muita intensidade, brigando por pontos, um perde e ganha constante. Tem nos incomodado um pouco, mas não podemos jogar a culpa disso na figura de um atacante.”

Para reencontrar seu ex-técnico e tentar vencer a primeira fora de casa, o São Paulo terá reforços importantes. Beraldo e Rafinha retornam ao time titular, enquanto Gabriel Neves e Diego Costa são opções no banco de reservas. Os quatro cumpriram suspensão no último jogo. Quem fica de fora é Erison, por conta do terceiro amarelo, enquanto Calleri, Nestor, Pato e Marcos Paulo seguem no departamento médico.

Se de um lado há a vontade de vencer fora e espantar a seca de gols, do outro também há preocupações. O Bahia, de Rogério Ceni, vai para o duelo embalado depois de vencer o Corinthians com uma sonora goleada de 5 a 1, em plena Neo Química Arena, na última sexta-feira. Mas, o sinal de alerta contra o rebaixamento segue mais ligado do que nunca.

Atualmente, o Bahia abre o Z-4 na 17ª colocação com 41 pontos. Sem contar o resultado do duelo do Vasco com o Corinthians, o time nordestino tem 38,5% de chances de jogar a Série B em 2024. Para permanecer na elite do futebol brasileiro, tem de fazer as contas e apostar numa quebra de tabu por parte do seu técnico.

Rogério Ceni, ídolo incontestável do São Paulo como jogador, nunca venceu o clube do Morumbi como técnico. No comando de Fortaleza ou Flamengo, de 2019 para cá, foram oito embates, com dois empate e seis derrotas. Ceni foi demitido do São Paulo em abril e, na conquista inédita da Copa do Brasil pelo time tricolor, foi lembrado por diversos jogadores como um dos responsáveis. Agora, a história é diferente.

O comandante chegou ao Bahia em setembro com a indigesta missão de livrar o clube do rebaixamento. Desde então, tem aproveitamento de 49%, com seis triunfos, um empate e seis tropeços. É o melhor ataque do 2º turno do Brasileirão. São 26 gols em 16 partidas, com média de 1,6 por duelo.

“Agora é o momento que o São Paulo já resolveu a vida deles, e nós temos que resolver a nossa. Precisamos mais do triunfo que o São Paulo”, analisou Ceni. “Vamos fazer de tudo para conseguir vencer. Ou é isso, ou não conseguimos o objetivo.”