O São Paulo divulgou seu balanço financeiro referente ao ano de 2021 depois que os conselheiros aprovaram as contas. O clube do Morumbi registrou redução no déficit e aumento na receita em relação aos números de 2020. O passivo, porém, subiu. O documento foi publicado na edição do Estadão desta quarta-feira.

Como Julio Casares havia adiantado em entrevista recente à reportagem, o déficit do exercício foi de R$ 106 milhões, valor superior ao de 2020, quando era de R$ 129 milhões, uma elevação de 21%. Segundo o mandatário, o déficit poderia estar zerado, ou quase isso, se tivesse aceitado os 17 milhões de euros (R$ 94 milhões) ofertados por dois jogadores do elenco e mais um garoto da base. Casares disse que preferiu ficar com os atletas para a temporada.

As despesas, em contrapartida, subiram de R$ 488 milhões para R$ 560 milhões – aumento de 14%. E o passivo, antes de R$ 779 milhões, hoje é de R$ 949 milhões.

Parecer do Conselho Fiscal no balanço publicado nesta quarta afirma que o São Paulo tem de cumprir “de forma severa” o plano orçamentário projetado para 2022, “diminuir/conter os gastos e despesas” para reduzir a dívida geral do clube e “buscar investidores para o futebol profissional”.

O relatório financeiro são-paulino também mostrou um aumento significativo na receita, que ficou perto de meio bilhão de reais em 2021. O clube arrecadou R$ 465 milhões. Em 2020, havia arrecadado R$ 358 milhões, o que gerou um aumento de 29%. Em 2022, Casares projeta uma receita de R$ 500 milhões.

A principal fonte de receita são os direitos de transmissão de televisão, que saltaram de R$ 126 milhões para R$ 194 milhões. O valor das premiações também subiu, já que no ano passado o time voltou a ganhar um título após oito anos ao faturar o Campeonato Paulista. Foram R$ 48 milhões arrecadados em 2021 ante apenas R$ 530 mil no ano anterior. O dinheiro com patrocínio e publicidade mais que dobrou ao pular de R$ 16 milhões para R$ 33 milhões.

Em 2021, o clube decidiu vender menos atletas do que fizera em 2020. Com isso, houve queda em relação ao dinheiro advindo de negociações com jogadores. Conseguiu R$ 121 milhões no ano passado. No ano anterior, faturou R$ 30 milhões a mais.

O clube ganhou R$ 59 milhões com jogadores em 2021. Os valores são referentes ao mecanismo de solidariedade da Fifa, venda de direitos federativos e econômicos. O atacante Brenner, negociado com o FC Cincinnati, dos Estados Unidos, rendeu a maior quantia ao São Paulo, conforme registrou este último balanço financeiro: R$ 43 milhões. Em relação às compras de atletas, a mais significativa foi de Emiliano Rigoni. O argentino, que veio do Elche, da Espanha, custou R$ 22 milhões.

O clube tem R$ 99 milhões de obrigações a pagar referentes a acordos trabalhistas e processos cíveis. O maior diz respeito a Daniel Alves: R$ 22 milhões. Em 2020, esse montante era de R$ 72 milhões.