São Paulo vai receber, ainda esse ano, o primeiro Instituto Pasteur no Brasil, tendo como foco o estudo de novas viroses e a identificação de possíveis novas pandemias. O acordo entre o centro de pesquisas francês e autoridades brasileiras ocorreu nesta sexta (31) em Paris.

O acordo é a fase final de uma parceria firmada entre os franceses e a Universidade de São Paulo (USP) em 2017. No mesmo ano, firmou-se um convênio para a construção de uma plataforma técnico-científica entre as duas instituições, cujas operações foram iniciadas em 2020. Ainda em 2017, começaram as obras para a futura sede do Instituto na Cidade Universitária.

“Esperamos que o Instituto Pasteur de São Paulo continue com o excelente trabalho que iniciou durante a crise do covid-19”, relatou à imprensa, o diretor-geral do Instituto, Stewart Cole.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que o “estado de São Paulo está muito orgulhoso” com a parceria.

“É uma forma de trazer ciência, inovação, pesquisa e o compartilhamento de conhecimento para o estado de São Paulo. Uma nação se desenvolve a partir do momento em que ela investe nessas áreas. Significa que as respostas serão cada vez mais rápidas e o Brasil estará inserido nesse contexto, nessa rede internacional de pesquisa de pronta resposta. Ficamos muito felizes e temos certeza de que o Brasil ganha muito com esse passo e o estado de São Paulo está muito orgulhoso”

Também presente no evento, o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti, comentou: “Com base nessa associação, estaremos certamente melhor preparados para enfrentar novas pandemias virais no Brasil e no mundo”.

O Instituto Pasteur de São Paulo contará com 17 laboratórios e poderá receber até 80 pesquisadores de todo o mundo.

Suas pesquisas se centrarão em doenças transmissíveis e não transmissíveis, doenças emergentes, reemergentes, não tratadas e crônicas, entre elas as que impactam o sistema neurológico, segundo um comunicado do Instituto Pasteur.

A segunda unidade do centro de pesquisas francês na América Latina, depois de Montevidéu, sem contar os dois situados em territórios franceses na região, fará parte da rede mundial Pasteur Network, da qual a Fiocruz já participa.

Com 700.000 mortos, o Brasil foi o segundo país do mundo e o primeiro da América Latina com maior número de mortos (em números absolutos) por covid-19. Em primeiro no mundo, estão os Estados Unidos, que acumularam 1,1 milhão de mortes, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A pandemia teve início no Brasil no final de fevereiro de 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), um feroz opositor à vacinação. O atual presidente, Lula, e outros opositores defenderam a vacina, que evitou milhões de mortes e desacelerou o contágio pelo vírus.

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