O Museu de Arte Sacra de São Paulo recebe a partir deste domingo (25), às 11h, uma mostra da artista visual carioca Katia Wille, composta por 15 obras, entre pinturas, esculturas e máquinas cognitivas integradas ao ambiente.

Duas das obras da exposição ToTa Machina reagem à presença das pessoas por meio de inteligência artificial, refletindo sentimentos e interagindo com movimentos diante de estímulos visuais e faciais. As telas, feitas com material refletivo e com iluminação especial, criam uma câmara de emoções.

“A exposição ToTa Machina (que significa Mulher Máquina) é toda pensada para ativar as emoções do expectador. Assim que o expectador chega na sala, já nota o tom de carne mais escuro com a luz quase cenográfica. O  ambiente é propício para se sentir envolvido. Conforme vai entrando, passa por vitrines com cenas de corpos em movimento, mobiles em madeira vitrificada também em movimento”, disse Katia.

Em seguida, o visitante encontra uma obra com uma câmera instalada que capta a pessoa, fazendo a obra detectar o expectador, criando uma emoção de surpresa. Logo depois, um painel de 3,9 metros, denominado Das tripas, coração, também feito em material refletivo, mostra corpos em movimento com uma luz que reflete o vermelho da tela.

“O objetivo é chamar o expectador para dentro da tela com ela saltando para ele. Você entra no mundo do artista e o artista entra no seu mundo.”

Tota Machina Pulse

A segunda obra interativa, a Tota Machina Pulse, interage com as pessoas quando detecta um sorriso, tristeza ou surpresa, fazendo uma movimentação especial que torna o visitante um co-criador da obra de arte. “É essa interação que queremos ter com o público. E isso cria um espelho irradiando uma coisa na outra”.

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Segundo Katia, a maioria das obras está suspensa no ar e o objetivo é questionar a gravidade e o corpo em gravidade, em movimento, livre para se movimentar, a vulnerabilidade do corpo e da humanidade.

“Isso tudo é mostrado na exposição e faz com que fique mais interessante para o expectador. Cada uma das obras traz uma experiência diferente, tanto as que são inteligentes quanto as que têm o recurso da luz. Como estão expostas em vitrines a pessoa pode criar seu próprio universo de contemplação.”

Katia contou que sempre desejou fazer as imagens saltarem da tela e ganharem o expectador. A experiência já ocorre desde 2016, quando ela passou a estudar os materiais reflexivos e viu que a incidência da luz em superfícies drapeadas ficava diferente.”

A partir daí, comecei o desenvolvimento das peles feitas da mistura do látex com o tecido e esta pesquisa evoluiu para esculturas de parede, ainda sem movimento. Em 2018, comecei a introduzir robótica e inteligência artificial nestas mesmas estruturas para que o movimento fosse possível”, explicou.

A exposição fica aberta até dia 25 de março e funciona de terça a domingo das 9h às 17h. O Museu de Arte Sacra de São Paulo fica na av. Tiradentes, 676, no bairro da Luz. Os ingressos custam R$ 6 (estudantes pagam meia-entrada) e aos sábados a entrada é gratuita.


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