O foco do São Paulo está totalmente direcionado para as disputas dos torneios mata-mata. Embalados, os comandados de Dorival Júnior desafiam a altitude de Quito, de 2.850 metros, para encarar a LDU no jogo de ida das quartas de final da Copa Sul-Americana. A meta são-paulina dessa vez é voltar para casa com um resultado favorável para não passar o sufoco das últimas disputas.

Diante do San Lorenzo, nas oitavas de final, o São Paulo saiu de Buenos Aires derrotado por 1 a 0 e precisou virar o duelo para assegurar a classificação. Situação semelhante foi vivida contra o Corinthians na Copa do Brasil. Em ambas, o resultado final foi positivo, mas o entendimento interno no Morumbi era de que a tensão poderia ser evitada com um melhor desempenho do ataque e mais objetividade da equipe.

Se o lado ofensivo do São Paulo tem sofrido com percalços, a defesa é bastante elogiada e segura. No comando, a equipe contra com o equatoriano Robert Arboleda. O atleta conhece bem as condições de jogo na altitude, distribuiu autógrafos na chegada ao país natal e avalia o duelo com a LDU.

“Jogo complicado, muito difícil na altitude. Mas hoje em dia, o jogador se prepara para esse tipo de partida. Acredito que teremos uma boa atuação. Faz muita diferença, porque a LDU é um time bom e intenso. Já estudamos as dificuldades que eles têm também. Corrigindo pequenos detalhes, podemos ter um bom resultado”, afirmou o zagueiro.

De volta ao banco de reservas após cumprir suspensão no Brasileirão, o técnico Dorival Júnior tem algumas dúvidas sobre a escalação do meio de campo do São Paulo. Os volantes Gabriel Neves, Luan e Alisson disputam a titularidade. Não está descartada a ideia de entrar com três jogadores mais marcadores, uma vez que a estratégia que se mostra mais eficaz em duelos na altitude é manter o time mais recuado e explorar contragolpes.

No ataque, Lucas Moura, agora disponível para a Sul-Americana, deve formar dupla com Jonathan Calleri, mas Luciano ostenta a camisa 10 e foi decisivo nos últimos compromissos, podendo retomar a titularidade e atuar numa trinca de ataque. A tendência é que o colombiano James Rodríguez comece a partida no banco de reservas e seja uma arma na etapa complementar.

“Temos de fazer um jogo muito inteligente, fechar muito bem os espaços para não sofrermos e conseguirmos levar um resultado interessante para o Morumbi”, disse Lucas em entrevista à ESPN.

LUCAS MOURA É AMULETO, MAS HISTÓRICO DO SÃO PAULO PREOCUPA

O atacante Lucas Moura traz ótimas recordações à equipe tricolor no torneio. Foi com as mãos dele e de Rogério Ceni que o São Paulo ergueu a taça continental em 2012 na despedida do jogador no Morumbi. “Poder retornar agora e jogar esse torneio novamente tem um gosto muito especial”, disse o atacante.

Apesar das boas lembranças com o ídolo, pesa contra o time tricolor o histórico negativo diante do conjunto equatoriano. O São Paulo já enfrentou a LDU em Quito em duas ocasiões, ambas marcadas por derrota na Libertadores de 2004 (3 a 0) e 2020 (4 a 2).

A LDU não está em grande fase. Em três jogos no Campeonato Equatoriano somou apenas uma vitória. Na Sul-Americana suou a camisa para eliminar o modesto Ñublense, do Chile, nos pênaltis, após triunfo como visitante e derrota como mandante. Nos dois últimos compromissos, passou em branco e não saiu do zero diante de Aucas e El Nacional. Para se livrar do mau momento, confia na experiência do peruano Paolo Guerrero, ex-Corinthians, Flamengo e Inter. Aos 39 anos, o centroavante ainda precisa se afirmar no time da capital do Equador. Em cinco jogos, anotou apenas um gol.