15/09/2023 - 21:20
O Santos está novamente em busca de um treinador no mercado. O clube acumula 11 técnicos diferentes nas últimas quatro temporadas, marcadas pela ausência de títulos e campanhas ruins. Desse total, três fizeram menos de dez jogos, incluindo Diego Aguirre, demitido nesta sexta-feira após a derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, quinta-feira, na Vila Belmiro, pelo Brasileirão. O time está na zona de rebaixamento.
Conhecido por montar defesas sólidas, Aguirre foi contratado com a esperança de fazer o Santos ser menos vulnerável, mas não conseguiu corresponder no período em que esteve à beira do gramado representando o clube. O uruguaio comandou a equipe em apenas cinco jogos, com o retrospecto de uma vitória e quatro derrotas. Ele foi o terceiro treinador demitido pelo clube em 2023. Antes, Paulo Turra treinou o elenco em sete partidas (uma vitória, três empates e três derrotas), mas saiu após o coordenador esportivo Paulo Roberto Falcão, que o defendia no cargo, ser mandado embora depois de ser acusado de assédio sexual.
O treinador que mais vezes treinou o Santos nesta temporada foi Odair Hellmann. Contratado no início do ano, o técnico gaúcho fez 35 jogos e acabou sendo demitido por causa da campanha ruim no Brasileirão e as eliminações na Copa do Brasil e Sul-Americana. Hellmann foi o primeiro treinador santista a ultrapassar a marca de 30 partidas desde Cuca, que comandou o time em 46 oportunidades, em 2020, levando o clube à final da Libertadores naquele ano.
Entre Odair Hellmann e Cuca, nos anos de 2021 e 2022, o Santos contabilizou cinco treinadores, todos eles com pensamentos muito diferentes de futebol. O argentino Ariel Holan e Fernando Diniz, que prezam pela posse de bola em suas características, ficaram 13 e 27 jogos, respectivamente, no comando do time em 2021. Fabio Carille, acostumado a formar equipes mais reativas e que jogam no contra-ataque, permaneceu durante 25 partidas, saindo no ano seguinte.
Em 2022, o argentino Fabián Bustos tentou implementar um futebol menos engessado e aguentou a pressão até a 29ª partida antes de ser substituído por Lisca, que ficou somente oito confrontos e não conseguiu repetir a função de “bombeiro” e apagar a crise do clube na ocasião. Vale ressaltar que a conta não leva em consideração interinos. Marcelo Fernandes, que ocupa momentaneamente a vaga de Aguirre, assumiu o time por três vezes durante o período, e Orlando Ribeiro, por uma.
O treinador que mais vezes treinou o Santos desde 2019 foi Jorge Sampaoli. Naquela temporada, ele foi o único e comandou o time em 63 jogos, terminando o Campeonato Brasileiro na segunda colocação e aplicando uma goleada no por 4 a 0 no campeão Flamengo na última rodada – curiosamente, o argentino hoje vive mau momento no time carioca e pode ser demitido antes mesmo do fim da temporada. Em 2020, pegando carona no sucesso de Jorge Jesus no Flamengo, o Santos anunciou o português Jesualdo Ferreira, mas o gajo foi sacado após 15 jogos e substituído por Cuca.
A título de comparação, o rival do Santos com mais treinadores desde 2019 é o Corinthians, com oito nomes (Luxemburgo, Cuca, Fernando Lázaro, Vitor Pereira, Sylvinho, Mancini, Tiago Nunes e Carille). O São Paulo teve sete (Dorival Júnior, Rogério Ceni, Crespo, Fernando Diniz, Cuca, Vagner Mancini e André Jardine) e o Palmeira somente três (Felipão, Luxemburgo e Abel Ferreira).
Em sua maior crise na década e correndo risco de cair pela primeira vez na história, o Santos abre a zona de rebaixamento do Brasileirão, na 17ª posição, com 21 pontos. Sem vencer há três jogos, o time volta a campo na segunda-feira, dia 18, quando tem confronto direto com o ameaçado Bahia, na Fonte Nova, às 20h, pela 24ª rodada. Mesmo se ganhar, não sai da zona de rebaixamento.