Marinho foi o “dono” do Santos nas duas últimas temporadas. O camisa 11 fazia de tudo em campo e decidiu muitos jogos para a equipe da Baixada. Aberto na direita, cobrava faltas, pênaltis e escanteios, finalizava de longa distância, anotava gols… Com a oficialização de sua saída para o Flamengo, o time recebe o Botafogo, às 11 horas, pelo Paulistão, atrás de um novo ídolo.

Ricardo Goulart é o maior candidato a assumir a idolatria da torcida, mas ainda não está liberado no BID por causa do atraso na documentação vinda da China. Tampouco tem posição definida no elenco, podendo ser um meia armador, como sugeriu, ou mesmo centroavante, apesar de não se encantar com a hipótese.

Fábio Carille tem muitas opções para usar na posição de Marinho, mas ainda não definiu quem será seu novo ponta direita. No esquema com três zagueiros, a posição fica com alternância entre o ala Marcos Guilherme e o jovem centroavante Ângelo, de 17 anos, que assumiu o número. Foi assim no empate sem gols com a Inter de Limeira. Mas a expulsão de Pirani pode mexer novamente na formação.

Bruno Oliveira seria a alternativa para a equipe seguir com um clássico meia, mantendo o esquema com Marcos Guilherme – também pode ser o substituto de Pirani – fazendo dobradinha com Ângelo pelo setor direito. Outra opção é o recuperado Léo Baptistão, que iniciaria a partida em Limeira, mas sentiu dores no joelho pouco antes de a bola rolar.

Contratado como centroavante, ele espera ser o tão sonhado goleador buscado por Carille. Depois de fechar 2021 sem nenhum gol e entregue ao departamento médico por causa de grave lesão muscular na panturrilha esquerda, o atacante iniciou o ano empolgado. Foram três gols em dois jogos-treino. Apesar de ter facilidade na direita, ele faz pressão para jogar na área, onde hoje está Marcos Leonardo, mais um candidato para a beirada do campo.

Com boas opções reveladas na Copa São Paulo, Carille não vai pular etapas e deixará os novos meninos apenas como opções futuras. A briga pelo espaço de Marinho terá competitividade de quem já era do profissional, até com Madson, um ala ofensivo, podendo pintar no setor. Todos os candidatos, contudo, não têm características semelhantes ao camisa 11, sobretudo seu corte para dentro e o chute forte.

Para este sábado, a ordem é desencantar. Depois de empatar sem gols em Limeira, o Santos sabe que precisa do triunfo na Vila Belmiro. A ideia é andar na frente do grupo para não repetir a frustrante campanha passada, na qual não deu a devida importância ao Estadual, usando equipe alternativa, e no fim acabou não se classificando às quartas de final.

Mirando fazer um ano vencedor, a comissão técnica não admite tropeços em casa, onde o time empatou com o Cuiabá na despedida do Brasileirão, mas havia vencido os quatro jogos anteriores em arrancada para fugir da queda.

A diretoria espera contar com grande público neste duelo matinal, algo raro em partidas aos sábados. Carille, recuperado da covid-19, ainda não ficará no banco de reservas. Vai se resguardar para o clássico com o Corinthians, quarta-feira. Felipe Jonathan está de volta. Mas deve ficar como opção.

REABILITAÇÃO E JEJUM – O Botafogo considerou o 0 a 0 com o Santo André, em Ribeirão Preto, um tropeço, e quer se reabilitar surpreendendo o Santos na Vila Belmiro. Único time que não venceu no Grupo C, virou lanterna e pretende findar com jejum de 36 anos sem ganhar na casa santista. A última vitória tricolor atuando no palco foi no dia 24 de junho de 1986, quando fez 1 a 0.

A tendência é que o técnico Leandro Zago repita a equipe da estreia. A única mudança que pode acontecer é na lateral direita caso a documentação do uruguaio Luis Morales seja regularizada.

Desfalques na estreia, o goleiro Rafael Pascoal, o volante Tárik e o atacante Hélio Paraíba continuam de fora. Os dois primeiros ainda cumprem o isolamento por covid-19 e o centroavante não se recuperou de uma lesão no quadril.

“A gente sabe que contra o Santos vai ser um jogo duro, equipe forte, às 11h da manhã, mas temos de ir e pontuar, não tem como negociar. Vamos pontuar em todos estádios que formos, respeitando o adversário, mas impondo aquilo que trabalhamos”, afirmou o treinador.