Ricardo Oliveira “perdeu” a luta com as dores no joelho aos 28 minutos do segundo tempo na Vila Belmiro. Saiu mancando, substituído por Joel, mas com a certeza que tinha dado enorme contribuição na decisão do Campeonato Paulista contra o Audax. Foi do artilheiro do Estadual e do Campeonato Brasileiro de 2015 o gol da conquista da 22.ª taça. Após superação, o capitão saiu aplaudido e ficou apenas esperando o apito final. Dividiu os méritos, mas recebeu o agradecimento dos companheiros.

“Não podia ser outra pessoa para fazer o gol e dar o título para nós”, afirmou o meia Lucas Lima. “Temos de agradecer a duas pessoas: o (técnico) Dorival Junior, que armou muito bem o time, e o Ricardo, que jogou no sacrifício e decidiu para nós”, endossou o zagueiro David Braz.

Assim que o apito final soou, Ricardo Oliveira, com a taça confirmada, abraçou o goleiro Vanderlei e deu os parabéns ao camisa 1 santista. Na verdade, ele é quem merecia os méritos, apesar de não querer saber de rótulo de herói. “Ah, é Oliveira, ah, é Oliveira”, cantou a torcida na volta olímpica. Ele dançou com a musiquinha, mas mostrou enorme humildade. “Divido com todos os nossos companheiros, é uma vitória de todo o coletivo. Esse é meu trabalho, a bola chegou, tenho de marcar, mas a conquista é de todos no elenco”, enfatizou.

Curiosamente, Ricardo Oliveira ficou bem perto de deixar o País com proposta tentadora do futebol chinês no começo do ano. Ficou para erguer mais uma taça. “Essa é minha casa, nunca manifestei desinteresse por não ter saído. Ninguém pode falar que não me dediquei, não corri, não respeitei e honrei a camisa do Santos”.

O atacante jogou a final sem nenhum treino com o grupo na semana. O joelho dolorido parecia teimar em não sarar para nova decisão do jogador. Ele, então, resolveu assumir o risco. E deu no que deu: gol do título.

“No aquecimento eu era dúvida, só Deus sabe o que eu passei durante esta semana. Mas joguei e não importa se fiz o gol, só tenho a agradecer pelos companheiros me ajudar”, disse.

“Foi muito trabalho, muita lágrima, muita dor, eu era dúvida, mas a vontade de ajudar, nem era de fazer gol, superou. Glória a Deus, somente ele podia me ajudar. Não fiz nenhum treino com o time e vim direto para o jogo”, finalizou o artilheiro santista.