A capital chilena, onde vivem 7,1 dos 18 milhões de habitantes do país, começou nesta segunda-feira(28) uma fase de desconfinamento quase total após cerca de sete meses de pandemia e uma das quarentenas mais longas do mundo.

Na chamada “Super Segunda-Feira”, oito comunas adotaram a medida que alcança 97% da população de Santiago.

Os bairros mais populosos, que mais utilizam a rede de transporte público, enfrentaram superlotações.

Apenas duas das 36 comunas da capital chilena – Renca e Paine – permaneceram em quarentena.

A população vê com cautela o fim da quarentena e o avanço das outras comunas para a terceira fase das cinco do plano de desconfinamento, que permite que bares e restaurantes funcionem ao ar livre.

O número de contágios na Região Metropolitana se manteve estabilizado em cerca de 1.800 novos casos diários por pelo menos dois meses, um “patamar elevado”, segundo especialistas.

No centro, um pequeno protesto de trabalhadores na Central Unitaria de Trabajadores (CUT) dizia: “Não ao RETORNO SEGURO, nossos meninos e meninas primeiro.”

O Chile registra atualmente 3.332 casos ativos de coronavírus, de um total de 457.901 infectados desde a chegada da covid-19 ao Chile.

Os mortos confirmados são 12.641 e se considerados os óbitos suspeitos o número chega a 17.065.

– Uma nova realidade-

Autoridades indicaram que a mobilidade subiu 5% em relação à segunda-feira passada. No entanto, os deslocamentos permanecem 35% abaixo de um ano normal nesta mesma data.

A maioria das empresas continua a trabalhar à distância, assim como as aulas em faculdades e universidades na maior parte do país. O comércio opera com capacidades limitadas.

O toque de recolher noturno segue até 15 de dezembro. Também estão mantidos os cordões sanitários entre as províncias e o fechamento das fronteiras para o turismo ou para estrangeiros sem residência no país.

Nesta segunda-feira, as viagens entre regiões foram permitidas pela primeira vez desde o início da pandemia, com uma autorização prévia e um “passaporte de saúde”, o que levou a um aumento do fluxo de pessoas nos diversos terminais rodoviários de Santiago.

As infecções permanecem altas na região de Magalhães, no extremo sul do país, que enfrenta um ressurgimento da doença há quatro semanas.