A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo anunciou em comunicado interno aos médicos do Hospital a renegociação da dívida de mais de R$700 milhões de reais. De acordo com o documento, obtido com exclusividade pela ISTOÉ, o passivo da Instituição foi reduzido em praticamente 50%, retirando R$ 350 milhões de reais da conta. No texto, o provedor Antonio Penteado Mendonça, classifica o acordo como histórico.

A assessoria de imprensa confirmou o envio do comunicado, mas preferiu não se posicionar a respeito da informação, “em razão de uma série de medidas a serem implementadas nos próximos dias”. A expectativa da instituição é de que as próximas notícias sejam ainda melhores, mas ainda não há indicações de como a nova situação financeira pode modificar o cenário do Hospital: em fevereiro deste ano a Santa Casa anunciou a demissão de 152 funcionários, além de um processo de terceirização de seu pessoal.

No texto, a negociação é tratada como a assinatura do 1º Negócio Jurídico Processual com a Procuradoria da Fazenda Nacional da Terceira Região e faz parte do projeto de reorganização das contas do Hospital iniciado em 2017. Esse acordo, na visão otimista do comunicado, coloca as finanças da instituição de volta nos trilhos: “19 de março de        2019 é a data em que a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, equacionou seu passivo, tirou parte da dívida da frente e regularizou sua  situação, voltando a fazer jus ao CND e, consequentemente, resgatou sua capacidade gerencial plena, abrindo as portas para a fase final de seu plano de recuperação. Em pouco tempo estaremos, de novo, funcionando a pleno vapor em prol da população”, diz.

A notícia, a princípio, não foi recebida com tanto entusiasmo pelos médicos do Hospital, já fartos da falta de insumos, medicamentos e estrutura resultantes da crise financeira que a instituição atravessa. “Embora seja uma boa notícia, após o ocorrido com a possibilidade de terceirização dos médicos, ficou um clima de muita desconfiança com qualquer informação administrativa, infelizmente”, diz um médico da Santa Casa que prefere não se identificar.

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