Em um momento de interação com seus seguidores no Instagram, Anitta revelou que é adepta do Plasma Rico em Plaquetas (PRP), trata-se de um procedimento realizado com seu próprio sangue. Na rede social, a cantora mostrou a sessão e disse realizar tanto no rosto quanto em sua região íntima.

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“O plasma é um procedimento que estimula todas as células que você tem a produzir células novas, a renovar. É algo que ajuda a renovar a pele, a cor da pele, a tirar manchas, a rejuvenescer”, disse a médica Cassia Cardoso, responsável pelo tratamento de Anitta.

Na ocasião, a poderosa filmou passo a passo do procedimento, que começa com a coleta do sangue. Na sequência, é submetida a injeção do plasma em alguns pontos da pele, depois dois tipos de microagulhamentos, finalizando com a composição de um creme hidratante para uso diário.

A IstoÉ Gente entrou em contato com o Dr. Matheus Rodrigues, dermatologista do Instituto Rana Saleh, que deu mais detalhes sobre o procedimento.

“O Plasma Rico em Plaquetas é um produto derivado do sangue do próprio paciente. O sangue é coletado e processado para separar o plasma, que contém uma concentração elevada de plaquetas. As plaquetas são células sanguíneas que desempenham um papel crucial na coagulação e na regeneração dos tecidos. A utilização do PRP na dermatologia se baseia no fato das plaquetas conterem diversos fatores de crescimento, que apresentam um papel importante nos processos de reparação tecidual, que pode ser utilizado com intuito de rejuvenescimento e melhora da qualidade da pele, seja ela da face ou da região íntima, conforme utilizado por Anitta”, explica o profissional.

“O uso mais comum do PRP para finalidades estéticas é a sua aplicação imediata após obtenção, ou seja, o profissional da saúde obtém o plasma e utiliza imediatamente na pele do paciente seja como intradermoterapia (aplicação com agulhas nas camadas superficiais da pele) ou após microagulhamento ou Lasers”, completa.

Atualmente os poucos estudos clínicos existentes demonstram algum benefícios do PRP em algumas condições, tais como:
  • Cicatrização de feridas
  • Rejuvenescimento
  • Tratamento de alopecias.

Tratamento

Os resultados desses tratamentos ainda são muito claros e como não há evidências científicas suficientes em relação ao uso de Plasma Rico em Plaquetas para uso medicinal, o Conselho Federal de Medicina considera que essa terapia somente pode ser utilizada dentro de protocolos de pesquisas aprovados. O paciente não pode arcar com nenhum custo e, portanto, essa modalidade de terapia experimental não pode ser cobrada.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia, até o presente momento, reitera o posicionamento do Conselho Federal de Medicina que o PRP não possui evidências científicas suficientes para a sua utilização na prática médica e que necessitamos de mais estudos para avaliar sua eficácia no tratamento de condições de pele e cabelo.

Riscos e alertas

O médico ainda alerta sobre os riscos de utilizar o Plasma Rico em Plaquetas como creme: “O PRP é derivado diretamente de um tecido vivo, ou seja, o próprio sangue do paciente. Dessa forma, em poucas horas após sua retirada todas as substâncias que estão ali passam a perder a sua função biológica, ou seja, não terão os efeitos desejados”.

Desse modo, mesmo sendo guardado na geladeira, como citado por Anitta, o Plasma foi incorporado a outras substâncias, tendo suas condições ideias de ação modificadas. Mesmo quando utilizado para aplicação com agulhas na pele, o profissional que realiza deve aplicar em até 2 horas justamente pela perda da ação do PRP.

Além disso, o uso dessa substância em um creme não é isenta de riscos. O nosso sangue é um excelente meio de cultura para bactérias e outros microrganismos que podem causar dano a pele. Sendo assim, a depender da forma em que o PRP foi extraído, processado e armazenado no creme ele pode servir como um meio de proliferação de bactérias e eventualmente ocasionar uma infecção localizada na pele.