Finalmente! Hillary Clinton e Bernie Sanders farão campanha juntos pela primeira vez na terça-feira (12) e o senador, que ficou reticente durante um longo período, se dispõe a outorgar pleno apoio a sua ex-rival das primárias democratas para a presidência dos Estados Unidos.

Suas equipes de campanha publicaram nesta segunda-feira (11) um comunicado idêntico, anunciando que o senador de Vermont (nordeste), que acredita em uma “revolução política”, se unirá a Hillary na manhã de terça-feira em um liceu de Portsmouth (New Hampshire, nordeste), “para coordenar seu compromisso de fortalecer um país unido e uma economia que funcione para todos, não somente para os de cima”.

Já era hora. A convenção democrata, onde Hillary será designada candidata do partido para a eleição do dia 8 de novembro, ocorrerá em duas semanas da Filadélfia (25-28 de julho).

Efetivamente, Hillary ganhou as primárias dos estados, que terminaram no início de junho.

Há vários dias, os sinais de esfriamento aumentaram por parte de Sanders, que inicialmente havia declarado que não se daria por derrotado antes da convenção.

Já no fim de junho, admitiu que votaria em Hillary Clinton e que faria todo o possível para impedir a vitória do republicano Donald Trump nas presidenciais.

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Mas também explicou que negociaria com os assessores de Clinton para conseguir que o programa do Partido Democrata para os próximos anos, que deve ser ratificado na convenção da Filadélfia, seja “o mais progressista possível”.

Entre os temas prioritários do senador de 74 anos, situado claramente mais a esquerda do que Hillary, e cuja campanha entusiasmou boa parte da juventude americana, estão a universidade gratuita para todos, ampliação do acesso à cobertura médica, salário mínimo de 15 dólares por hora (contra 7,25 dólares atualmente), reforma do sistema judicial e uma política mais firme contra as mudanças climáticas.

Salário mínimo de 15 dólares

Sanders parece ter alcançado uma parte de seus objetivos: sua equipe de campanha comemorou no domingo (10) que o programa democrata revisto no fim de semana passado em Orlando, Flórida (sudeste), inclui agora um “salário federal mínimo de 15 dólares (por hora) e que esteja vinculado à inflação”. Até então Hillary prometia 12 dólares.

A equipe de Sanders também aplaudiu a proposta de Hillary Clinton de favorecer um maior acesso aos cuidados médicos e recordou que a candidata democrata também anunciou na semana passada um plano em que a universidade seja gratuita para as famílias que ganham menos de 125.000 dólares anuais. Inclusive com essa mudança, a equipe de Sanders aceitou uma iniciativa “revolucionária”, afirmando que beneficiaria 83% dos estudantes.

Mais de 12 milhões de americanos votaram nas primárias por Sanders, firme crítico de Wall Street e das desigualdades sociais, e 15,8 milhões apoiaram Hillary, a quem o senador atacava reiteradamente por suas conexões com o mundo das finanças.

“Conseguimos grandes avanços no programa democrata, impulsionando os temas que inspiraram milhões de americanos nesta campanha, mas o combate começa novamente”, afirmou o senador em um comunicado, destacando que ainda falta fazer com que o programa democrata se transforme em uma legislação efetiva.

O senador Sanders, que se vê como um “socialista democrático”, se constituiu – assim como Trump pelo lado republicano – em uma surpresa nesta campanha presidencial. Pouco conhecido, sem ser especialmente carismático, começou sem dinheiro e os especialistas previam sua rápida eliminação.

No entanto, tornou-se um adversário muito mais duro do que o esperado para Hillary, atraindo imensas multidões para seus comícios.


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