Sanções são pra minar meu trabalho, diz italiana relatora da ONU

LJUBLJANA, 10 JUL (ANSA) – A italiana Francesca Albanese, relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os territórios palestinos ocupados, reagiu nesta quinta-feira (10) contra as sanções impostas pelos Estados Unidos a ela.   

Em declaração à imprensa, durante uma visita a Ljubljana, capital da Eslovênia, a jurista destacou que essas medidas são “calculadas para enfraquecer” sua missão e, portanto, continuará fazendo o que tem que fazer.   

“Será desafiador, mas estou dando tudo de mim”, declarou Albanese, que foi punida após divulgar um relatório em Genebra, na Suíça, no qual acusa Israel de ser responsável por “um dos genocídios mais cruéis da história moderna”, lista 48 empresas – inclusive americanas – acusadas de financiar a “remoção dos palestinos dos territórios ocupados e pede um “embargo abrangente de armas” contra o país judeu.   

Ontem (9), o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que a italiana tem realizado “esforços ilegítimos e vergonhosos para pressionar” o Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia “a agir contra funcionários, empresas e executivos dos EUA e de Israel”.   

Além disso, acusou Albanese de praticar “atividades tendenciosas e maliciosas” e de “disseminar o antissemitismo e apoiar o terrorismo”. Segundo Rubio, a jurista enviou “cartas ameaçadoras” a empresas americanas e sugeriu que essas companhias e seus executivos sejam processados pelo TPI.   

Após o anúncio feito pelo governo de Donald Trump, o presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, embaixador suíço Jürg Lauber, deplorou as sanções e enfatizou o dever de todos os Estados-membros das Nações Unidas, incluindo os EUA, de “cooperar plenamente com os relatores especiais e os titulares de mandatos confiados pelo Conselho” e de “se abster de qualquer ato de intimidação ou represália contra eles”.   

Além disso, a ONU pediu a retirada das punições contra a italiana, bem como a interrupção dos “ataques” contra indivíduos nomeados pela ONU e outras instituições internacionais. (ANSA).