MADRI, 16 JUL (ANSA) – Cada vez mais influente na União Europeia, o primeiro-ministro encarregado da Espanha, Pedro Sánchez, não conseguiu chegar a um acordo com o partido de extrema esquerda Podemos, e o país pode ter de voltar às urnas pela quarta vez em quatro anos.   

Sánchez, líder do Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), trabalhava para formar um governo de minoria, mas para isso precisava garantir ao menos a abstenção do Podemos e de nacionalistas catalães e bascos.   

O primeiro-ministro aceitava incluir expoentes “técnicos” do partido de extrema esquerda no Executivo, mas seu líder, Pablo Iglesias, exigia uma presença de peso. Segundo Sánchez, o fracasso nas tratativas se deve ao “fechamento unilateral” do Podemos.   

A votação da confiança a Sánchez está marcada para 23 de julho, quando ele precisará da maioria absoluta na Câmara dos Deputados (176 votos) para assumir o governo em definitivo. Em caso de fracasso, ele teria uma segunda chance, em 25 de julho, quando seria necessária a maioria simples (excluindo as abstenções).   

Tanto o Podemos quanto o partido de centro-direita Cidadãos (CiU), no entanto, recusaram se abster. O Psoe saiu das urnas em 28 de abril com 123 dos 350 assentos na Câmara, contra 66 do conservador Partido Popular (PP), 57 do CiU, 35 do Podemos e 24 do partido de extrema direita Vox.   

Segundo as últimas pesquisas, o Psoe aumentaria sua fatia no Parlamento caso a Espanha voltasse às urnas, mas ainda sem garantir maioria na Câmara. Nas eleições europeias de 26 de maio, o partido obteve quase 33% dos votos, contra 28,7% no pleito de abril.   

O resultado fortaleceu Sánchez na UE, e o socialista participou ativamente das negociações que levaram à nomeação de Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia. Além disso, emplacou seu chanceler, Josep Borrell, como indicado para o cargo de alto representante da UE para Política Externa. (ANSA)