Quarenta e três anos depois da vizinha, Itália, a pequena república de San Marino votou neste domingo (26) em um referendo sobre a legalização do aborto, um tema muito controverso neste pequeno Estado de forte tradição católica.

Um total de 35.411 eleitores foram convocados a votar, um terço deles no exterior. As urnas foram abertas às 08h locais (03h de Brasília) e fecharam às 20H00 locais (15h de Brasília). Outro reduto contrário ao aborto, Gibraltar, flexibilizou sua legislação após um referendo celebrado em junho.

Os ativistas esperam que San Marino, uma pitoresca república situada no sopé de uma montanha no centro da Itália, se some à maior parte da Europa na suspensão do que atualmente é uma proibição absoluta da interrupção da gravidez.

Mas a influência da Igreja Católica continua forte e o papa Francisco reiterou na semana passada sua posição inflexível, ao afirmar que o aborto é “um assassinato”.

Juntamente com Malta, Andorra e o Vaticano, San Marino é um dos últimos lugares da Europa onde vigora a proibição total do aborto, inclusive em casos de estupro ou incesto, de graves danos ao feto ou risco de vida para a mãe.

O referendo deste domingo foi uma iniciativa da União de Mulheres de San Marino (UDS).

A pergunta que os habitantes tiveram que responder foi se o aborto deve ou não ser permitido até as 12 semanas de gravidez.

A partir da 12ª semana, o aborto só seria permitido se a vida da mãe correr risco ou em caso de anomalias fetais que possam prejudicar a mulher física ou psicologicamente.