ROMA, 28 MAI (ANSA) – O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, afirmou nesta terça-feira (28) que concluiu a proposta da chamada “flat tax”, que criará uma alíquota única para o imposto de renda A medida é um dos pilares do programa de governo da ultranacionalista Liga, mas enfrenta resistência de seu aliado de governo, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), que teme que o projeto aumente o abismo entre o rico norte e o empobrecido sul da Itália.   

No entanto, fortalecido pela vitória nas eleições europeias, Salvini deve aumentar a pressão para o M5S derrubar os obstáculos à “flat tax”.   

“30 bilhões de euros, essa é a proposta, documentada centavo por centavo, que estamos prontos a levar ao Conselho dos Ministros e ao Parlamento”, disse Salvini em uma transmissão ao vivo no Facebook.   

O ministro não detalhou a proposta, apenas afirmou que a alíquota única valerá para empresas e famílias com renda de até 50 mil euros por ano. Ele não disse qual será o teto para isenção nem explicou como o governo compensará a perda de arrecadação.   

Segundo estimativas oficiais, a Itália encerrará 2019 com um rombo fiscal de cerca de 43 bilhões de euros, o que equivale a 2,4% do Produto Interno Bruto, e a “flat tax” pode adicionar algumas dezenas de bilhões de euros a essa conta – há rumores de que a Comissão Europeia estuda denunciar a Itália por violação das regras fiscais do bloco.   

“A votação de domingo foi uma desaprovação da Europa fundada nos cortes. Agora, se quiserem, os líderes devem colocar no centro o trabalho, a taxa de desemprego, a economia real, em vez das finanças”, acrescentou Salvini, ressaltando que a Itália precisa de um “choque fiscal”. (ANSA)