ROMA, 5 JUN (ANSA) – O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, analisa tomar medidas contra juízes que emitiram sentenças desfavoráveis a políticas do governo. Em um comunicado, o Ministério do Interior disse nesta quarta-feira (5) desconfiar que alguns juízes expressaram posições pessoais e se deixaram levar pelo viés político ao analisarem casos que envolviam medidas propostas pelo governo italiano. De acordo com o Palácio do Viminale, serão adotados procedimentos contra os juízes de Florença, que na terça-feira rejeitaram as chamadas “zonas vermelhas”, e contra juízes de Bolonha, que recentemente obrigaram que a Prefeitura reconhecesse a residência de solicitantes de asilo, apesar de um parecer negativo do Ministério.   

As “zonas vermelhas” de Florença são áreas de grande fluxo turístico ou habitacional cujo acesso foi proibido a pessoas denunciadas por crimes de comércio abusivo, tráfico, danos ao patrimônio ou danos pessoais.   

O Ministério do Interior informou que pode encarregar a Advocacia-Geral da União para “avaliar se os juízes que emitiram as sentenças deveriam ter optado pela abstenção por possuírem posições pessoais contrárias às políticas do governo em matéria de segurança”. Além disso, o Ministério disse que está analisando declarações públicas dos magistrados sobre os temas “Direito, Imigração e Cidadania”. “Não pretendemos controlar ninguém nem criar problemas à magistratura em um momento tão delicado como esse. Apenas questionamos se algumas iniciativas públicas, algumas evidências devido às posições de certos magistrados, são compatíveis com uma administração igualitária da justiça”, disse Salvini, expoente do partido nacionalista de extrema-direita Liga Norte.   

“Acho estranho que um juiz participe de iniciativas públicas claramente políticas, expresse uma visão clara sobre imigração e depois emita sentenças sobre esse tema”, criticou Salvini.   

“Temos necessidade de uma magistratura forte, livre e independente”. (ANSA)