ROMA, 13 MAR (ANSA) – Os líderes da coalizão de direita que venceu as eleições legislativas de 4 de março na Itália se reuniram nesta terça-feira (13), em Roma, e deram mandato para o secretário da ultranacionalista Liga Norte, Matteo Salvini, comandar as negociações para a escolha dos próximos presidentes da Câmara e do Senado.   

Além de Salvini, o encontro reuniu os presidentes do moderado Força Itália (FI), Silvio Berlusconi, e do partido de extrema direita Irmãos da Itália (FDI), Giorgia Meloni. Eles autorizaram o líder da Liga a negociar em nome da aliança conservadora com o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e o centro-esquerdista Partido Democrático (PD).   

As tratativas girarão em torno das eleições para o comando da Câmara e do Senado, que começarão em 23 de março, dia da posse da nova legislatura na Itália. Apenas depois dessa etapa ficará claro se algum grupo possui maioria no Parlamento para governar.   

Na eleição para presidente do Senado, o candidato deve obter a maioria absoluta dos votos (161), mas, se ninguém atingir esse patamar nos três primeiros escrutínios, há um “segundo turno” entre os dois mais bem posicionados.   

Já na Câmara o processo pode ser mais demorado: na primeira votação, o postulante precisa de dois terços dos votos (420) totais; na segunda e na terceira, o patamar cai para dois terços dos deputados presentes na sessão; da quarta em diante, o candidato só será eleito se obtiver a maioria absoluta.   

Como nenhum partido ou coalizão tem os números necessários para eleger os presidentes da Câmara e do Senado, será preciso fechar acordos com grupos rivais. Na última segunda-feira (12), Salvini já havia dito que o comando das duas casas deveria ficar com as “forças políticas que venceram as eleições”.   

Sua declaração indica um possível acordo para o M5S, partido mais votado individualmente, ficar com o Senado, e a coalizão de direita, com a Câmara, ou vice-versa. No entanto, ainda que essa hipótese se confirme, isso não quer dizer que esses grupos se unirão para formar um governo, já que ambos pleiteiam a cadeira de primeiro-ministro. (ANSA)