ROMA, 05 SET (ANSA) – O ex-ministro do Interior da Itália Matteo Salvini virou alvo de inquérito por difamação contra a alemã Carola Rackete, capitã que forçou a entrada de um navio com 40 migrantes a bordo no porto de Lampedusa.
O caso está nas mãos do Ministério Público de Milão, local de residência de Salvini, que foi denunciado por Rackete após ter usado termos como “cúmplice de traficantes”, “criminosa” e “delinquente” para defini-la.
A alemã era capitã do navio Sea Watch 3, pertencente à ONG alemã Sea Watch, e forçou a entrada no porto de Lampedusa depois de 17 dias de bloqueio imposto pelas autoridades italianas, em junho passado. Ao se aproximar do cais, a embarcação se chocou com um barco de patrulha da Guarda de Finanças.
Já de volta à Alemanha, Rackete ainda é investigada por favorecimento à imigração clandestina e violência contra navio de guerra. “Ser denunciado por uma comunista alemã, condutora de imigrantes e que abalroou um barco da Guarda de Finanças é uma medalha para mim”, disse Salvini no Facebook.
O líder do partido ultranacionalista Liga não tem mais foro privilegiado, que já o salvou de um processo por sequestro ao ter impedido um navio de migrantes de ancorar na Itália quando ele era ministro do Interior.
Na ocasião, o governo conseguiu articular os votos necessários para barrar o inquérito no Senado. (ANSA)