ROMA, 14 AGO (ANSA) – Após sair derrotado durante a sessão no Senado italiano, o vice-premier e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, afirmou nesta quarta-feira (14) que “desafiará” o primeiro-ministro Giuseppe Conte no próximo dia 20 de agosto, quando ele será ouvido pelo Parlamento. “No dia 20 de agosto vamos desafiar o primeiro-ministro. Muitos estão pedindo que não haja brinquedos no palácio, governos técnicos. O caminho principal democrático, transparente e linear é o das eleições. Estamos fazendo tudo o que podemos para conseguir que os italianos votem. Não aos governos estranhos, quanto mais cedo votarmos melhor”, afirmou o líder da extrema-direita em entrevista na rádio Rtl 102.5.   

O ministro ainda explicou que “as eleições de outubro ou novembro” não colocam em jogo o aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), porque entraria em vigor no dia 1 de janeiro de 2020, o que daria bastante tempo para o governo realizar uma manobra para não aumentá-lo.   

“Em muitas situações, especialmente no Sul, a renda da cidadania está se transformando em um incentivo ao trabalho não declarado.   

Eu cancelo isso? Não, mas são situações que precisam ser monitoradas. Prefiro crescimento e desenvolvimento à assistência”, destacou.   

A entrevista acontece um dia depois que o Senado da Itália rejeitou o pedido do partido Liga Norte para votar imediatamente a moção de desconfiança contra Conte e agendou para o dia 20 de agosto, primeiramente, uma sessão para ouvir o premier. Durante a votação do calendário sobre a crise deflagrada no governo italiano, Salvini chegou a propor ao Movimento 5 Estrelas (M5S) votar a favor da diminuição do número de parlamentares na Itália, em troca da convocação de novas eleições. “Se você cortá-los [os parlamentares], pode esperar seis ou sete meses sem um governo e sem a maioria, ou votar imediatamente, a lei permite. Eu não quero que ninguém perca tempo”, ressaltou Salvini. Por fim, o líder da Liga ressaltou que “agora tudo está nas mãos do presidente da República, Sergio Mattarella, que com equilíbrio e sabedoria será capaz de entender o que o país precisa”. (ANSA)