ROMA, 11 FEV (ANSA) – O vice-premier e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, conversou por telefone com o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, nesta segunda-feira (11), logo depois de se reunir com uma delegação venezuelana.   

Durante o telefonema, Salvini confirmou a “dura postura em relação ao governo de Nicolás Maduro” e seu “apoio total ao caminho constitucional para chegar até eleições livres o mais rápido possível”.   

Além disso, o vice-premier italiano assegurou a “máxima atenção para garantir a segurança de Guaidó e sua família nesta fase delicada”.   

Na conversa, Salvini admitiu que seu governo está dividido sobre o assunto, mesmo Roma não reconhecendo a reeleição de Maduro em maio de 2018, após uma votação contestada pela oposição e pela comunidade internacional. Guaido, que preside a Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, se declarou presidente interino no mês passado, provocando um impasse com o líder chavista. Até agora, ele já foi reconhecido por mais de 40 países, embora a Itália seja um dos poucos países da União Europeia (UE) que ainda não o fez.   

Mais cedo, o político italiano se reuniu com os representantes de Guaidó, que, entre outros, estavam o chefe da comissão de Relações Exteriores da Assembleia Nacional, Francisco Sucre, e o representante da ajuda humanitária Rodrigo Diamanti. O encontro ocorreu depois que Guaidó enviou uma carta solicitando que seus apoiadores apresentassem detalhes do “plano de ação para relançar a democracia na Venezuela por meio de eleições livres e justas”.   

“Eu vejo como meu dever receber uma delegação do parlamento venezuelano que é a única entidade legítima no poder neste momento, dado que o aparente presidente, Maduro, nunca foi reconhecido como tal pela comunidade internacional”, disse Salvini.   

Carta de Guaidó Em carta ao governo italiano, Guaidó afirmou estar “profundamente preocupado” e não conseguir entender as “razões da posição política italiana”. “Nós não entendemos por que o país europeu mais próximo de nós não toma uma posição clara contra o ditador Maduro”, disse o opositor ao líder chavista. No documento, distribuído pela delegação de Guaidó, o autoproclamado presidente interino assinala que “59 países do mundo e o Parlamento Europeu reconheceram a Assembleia Nacional”. “A Itália é um dos poucos países que ainda não reconheceu esse caminho. A Venezuela e Itália têm raízes comuns profundas. Os venezuelanos têm os italianos como irmãos”, acrescenta.   

Guaidó ressaltou que atualmente o povo venezuelano enfrenta “uma catástrofe humanitária sem precedentes, por causa de um governo ilegítimo e não reconhecido pela comunidade internacional. Toda a comunidade italiana na Venezuela é uma vítima da ditadura, e é uma vítima, tanto quanto os venezuelanos do flagelo da fome e da falta de medicamentos. Precisamos que a Itália esteja do nosso lado!”, finalizou. (ANSA)