Os salvadorenhos comparecem às urnas neste domingo para renovar o Congresso, as prefeituras e os deputados do Parlamento Centro-Americano, uma votação crucial para o presidente Nayib Bukele em seu plano de conquistar a maioria legislativa.

As eleições acontecem com medidas de segurança contra a pandemia de covid-19.

Com candidatos de 10 partidos, os eleitores de El Salvador devem escolher os 84 deputados da Assembleia Legislativa, autoridades de 262 prefeituras e 20 deputados para o Parlamento Centro-Americano, uma instituição de integração regional.

As pesquisas apontam o fim do controle exercido desde 2018 no Congresso pela Aliança Republicana Nacionalista (Arena, direita) e a ex-guerrilheira Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN, esquerda).

Os dois partidos dominaram a política de El Salvador desde os acordos de paz de 1992, que acabaram com 12 anos guerra civil, até que Bukele chegou ao poder em 2019 como una alternativa ao bipartidarismo.

A votação pode marcar a consolidação no poder do presidente, caso ele conquiste a maioria legislativa com os partidos aliados Novas Ideias (NI), que ele ajudou a criar, e Grande Aliança Nacional (Gana), que o levou à presidência.

O analista e professor de Ciências Políticas Juan Ramón Medrano considera que estão em jogo dois extremos.

“Para a democracia nunca é bom que o poder esteja concentrado em apenas um partido e nas mãos do presidente, porque os pesos e contrapesos são os que permitem que não aconteçam abusos de poder”, disse.

Com o controle do Legislativo, Bukele poderá influenciar as nomeações na Suprema Corte, na Controladoria e no Ministério Público, com os quais tem disputas, assim como promover reformas constitucionais de seu interesse.