Milhares de salvadorenhos saíram em passeata neste domingo em San Salvador contra as políticas do presidente Nayib Bukele, incluindo a legalização do bitcoin no país.

“Bitcoin, a fraude”, “Não à ditadura”, “A democracia não se negocia, defende-se”, “Basta de autoritarismo”, diziam cartazes exibidos pelos manifestantes. Organizações feministas, de defesa dos direitos humanos, ambientalistas e membros de partidos políticos participaram da passeata.

“As pessoas começam a se cansar deste governo autoritário e antidemocrático, que está nos levando para a beira de um precipício com suas ideias ruins, que já afetam a economia com esse bitcoin”, criticou Ricardo Navarro, diretor da ONG ambientalista Centro Salvadorenho de Tecnologia Apropriada (Cesta).

Em 7 de setembro, El Salvador se tornou o primeiro país a usar o bitcoin como moeda legal, o que, segundo o governo, ajudará a recuperar a economia estagnada, dolarizada há duas décadas.

Medardo Gonzalez, ex-secretário-geral da opositora Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), criticou uma disposição recente do Congresso, dominado por aliados do presidente, que aposentou os juízes com mais de 60 anos ou com 30 anos de serviço: “A independência judicial foi atacada, isso só é feito por um governo ditatorial, e não queremos isso em El Salvador.”

Já o coordenador da chamada Frente Sindical Salvadorenha (FESS), Wilfredo Berríos, disse que estavam nas ruas “para exigir do governo e dos deputados que a água não seja privatizada”.

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Nayib Bukele minimizou a importância da passeata e denunciou no Twitter que alguns cidadãos que não participavam da mesma teriam sido agredidos por manifestantes.


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