Os moradores do povoado de Santa María Ostuma, no centro de El Salvador, anseiam por uma vitória do candidato democrata, Joe Biden, nas eleições americanas, com a esperança de que isso favoreça um diálogo sobre o tema espinhoso da imigração.

“Democratas e republicanos têm a mesma linha de governo, a diferença é que os democratas são considerados mais abertos ao diálogo, e os republicanos, um pouco mais repressivos”, resumiu José Ramiro Alvarado. “Para a América Latina, o mais benéfico é que os democratas estejam no poder”, afirmou o carpinteiro, 52.

Muitos salvadorenhos de Santa María Ostuma decidiram emigrar para os Estados Unidos, neste caso para Maryland (este). A preocupação surgiu depois que, em setembro, um tribunal americano autorizou o governo do republicano Donald Trump a expulsar milhares de refugiados, entre eles 250 mil salvadorenhos que haviam recebido status de proteção temporária por razões humanitárias em 2001. “A ameaça sempre existiu, mas hoje é mais latente”, comentou Alvarado, que tem três sobrinhos vivendo nos Estados Unidos, um deles ilegalmente.

Em Santa María Ostuma, as remessas permitiram que os moradores fizessem melhorias em suas residências. Alexis Morales, 28, trabalhou por seis anos na Califórnia e retornou a El Salvador no ano passado, para montar com a mulher um pequeno restaurante no povoado. “Seria muito conveniente que Trump deixasse a presidência, porque isso afetou a nós, latinos. A esperança está em uma vitória do democrata Joe Biden”, opinou.

Cerca de 2,5 milhões de salvadorenhos vivem nos Estados Unidos. No ano passado, eles enviaram 4,8% a mais em remessas do que em 2018, que representaram 16% do PIB.

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