O The Washington Post nomeou, nesta terça-feira, 11, a jornalista Sally Buzbee como editora executiva do jornal. A admissão marca a primeira vez em que uma mulher é nomeada para chefiar a redação de 143 anos. Sally, que hoje é vice-presidente da agência Associated Press, assumirá a liderança do grupo de quase 1 mil pessoas a partir de junho, segundo comunicado divulgado pelo jornal.

De acordo com a publicação, a experiência de Sally supervisionando a produção de notícias internacionais a tornou uma candidata atraente à medida que o Post pretende expandir suas operações no exterior. Ela sucede Martin Baron, que se aposentou no fim de fevereiro após atuar como editor por mais de oito anos, e encerra uma busca de mais de dez semanas por um substituto.

O Post afirmou que buscava um “jornalista de nível mundial”, com uma força particular em reportagens investigativas e políticas, bem como alguém com “credibilidade e seriedade” para ser uma porta-voz eficaz na profissão.

Sally figurou entre um pequeno grupo de candidatos entrevistados por Jeff Bezos, fundador da Amazon e dono do Post, em Washington na semana passada. “Estávamos em total acordo (sobre a escolha)”, declarou Fred Ryan, publisher e responsável pela seleção da jornalista.

De acordo com reportagem do próprio Post, Sally foi escolhida, deixando para trás três candidatos.

O primeiro foi Kevin Merida, que passou 22 anos no jornal, chegando ao cargo de editor-chefe de notícias e recursos, antes de sair para ingressar na ESPN em 2015. Os outros eram candidatos internos: Cameron Barr, que substituiu Merida como editor-chefe em 2015 e tem servido como editor executivo interino desde que Baron se aposentou; e Steven Ginsberg, editor nacional que orientou grande parte da cobertura da redação da Casa Branca de Donald Trump.

Trajetória

Ainda de acordo com o Washington Post, a nova chefe de redação do jornal dirige as operações de notícias da AP desde 2017 e está na organização desde que começou a carreira como jornalista, em 1988. A agência de notícias, sediada em Nova York, conta com cerca de 2,8 mil jornalistas e produz centenas de reportagens e fotos todos os dias, que são distribuídos para veículos de notícias em todo o mundo.

Sally também tem laços com Washington. De 2010 a 2016, ela foi chefe do escritório da AP na capital americana e responsável pela cobertura das eleições presidenciais de 2012 e 2016, bem como pela cobertura do Congresso, da Casa Branca e de agências federais.

Depois de se formar na Universidade do Kansas em 1988, a jornalista começou sua carreira como repórter da AP no Estado americano. Ela também foi repórter em Los Angeles, San Diego e Washington, e deu o salto para a edição em 1996, como chefe assistente do escritório em Washington. No início de 2004, ela foi editora regional da AP para o Oriente Médio no Cairo, supervisionando a cobertura da Guerra do Iraque. Sally também possui um MBA pela Universidade de Georgetown.