Uma sala de orações muçulmana foi praticamente destruída neste sábado por um incêndio, possivelmente de origem criminosa, na ilha francesa da Córsega, informou uma fonte judicial.

Às 5h locais, o incêndio havia causado grande destruição na sala, localizada no acesso a Ajaccio, indicou o promotor da cidade, Eric Bouillard, acrescentando que a hipótese de crime foi privilegiada. Trata-se de uma das maiores salas deste tipo na cidade.

O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, expressou em um comunicado “solidariedade aos muçulmanos da Córsega”, e reafirmou “a determinação do governo a garantir a proteção de todos os locais de culto, bem como a liberdade de culto em todo o território”.

“Os danos foram muito, muito importantes”, disse à AFP Abdallah Zekri, presidente do Observatório contra a Islamofobia, que pediu às autoridades que “façam o possível em relação a este incidente, a fim de evitar uma escalada da violência”.

O incêndio aconteceu meses depois de serem registrados excessos raciais e antimuçulmanos no marco de manifestações que se seguiram à agressão a bombeiros atraídos para uma emboscada em um bairro popular de Ajaccio na noite de Natal.

Uma sala de orações muçulmana foi, então, saqueada, e exemplares do Alcorão, queimados. Atos antimuçulmanos aconteceram nas semanas seguintes.

A Córsega, onde os nacionalistas venceram as eleições regionais pela primeira vez em dezembro passado, conta com a segunda maior proporção de população estrangeira (entre 8 e 10%) na França, atrás da região parisiense.

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