As casas de moda Saint Laurent e Brioni anunciaram nesta sexta-feira (24) que vão deixar de usar peles em suas coleções a partir do outono boreal (primavera no Brasil) de 2022.

Ambas as empresas eram as últimas do grupo de luxo Kering que ainda usavam peles de animais em seus itens.

A precursora do grupo Kering foi a Gucci, que anunciou em outubro de 2017 que deixaria de usar peles a partir das coleções primavera-verão de 2018. O exemplo foi seguido por Balenciaga, Bottega Veneta e Alexander McQueen.

Há vários anos, várias marcas de luxo, como Chanel, deixaram as peles de lado.

Em março deste ano, a organização de defesa dos animais Peta organizou um protesto em frente a uma loja da Saint Laurent em Paris, depois de um anúncio publicitário. Nele, a modelo Kate Moss usava uma jaqueta de pele de raposa.

“Consideramos que matar animais que não vão ser comidos estritamente para usar suas peles não corresponde ao luxo moderno, que deve ser ético, de acordo com seu tempo e com os debates sociais”, disse a diretora de desenvolvimento durável do grupo Kering, Marie-Claire Daveu, à AFP.

“Somos influentes no setor de luxo. Lançamos tendências. Por isso, consideramos que é parte da nossa responsabilidade que as coisas avancem”, alegou.

O grande grupo francês de luxo LVMH disse à AFP, por sua vez, que está deixando às suas empresas do mundo da moda a liberdade de “continuar usando peles para oferecer (a seus) clientes, que assim desejarem, produtos feitos da forma mais ética e mais responsável possível”. Ressaltou, no entanto, que está proibido o uso de peles “de espécies em perigo”.

A rede americana de lojas de departamentos Macy’s parou de vender peles no início de 2021, e a marca Canada Goose, conhecida por seus anoraks (um tipo de casaco com capuz), vai parar de comprar peles de coiote a partir de 2022.