BRUXELAS, 13 FEV (ANSA) – Ao apresentar as previsões de crescimento para a União Europeia, o comissário para Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, destacou que seria uma “tragédia” se o populismo contra o bloco vencer na França e na Itália.   

“Os riscos políticos [sobre as perspectivas de crescimento] estão presentes em toda a União Europeia, em muitos países, e tem um nome muito claro ‘populismo antieuropeu’. Essa vontade, que considero absurda e perigosa, onde quer que seja e está presente na França antes do que na Itália, quer sair do euro e da União Europeia”, disse Moscovici ao responder um questionamento sobre os movimentos que pedem a saída do euro na Itália – como o liderado pelos partidos Movimento Cinco Estrelas e Liga Norte.   

Questionado sobre as eleições na França, que tem entre os líderes das pequisas eleitorais a presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional, Marine Le Pen, o comissário europeu foi direto sobre o caso dela ganhar e iniciar o processo de saída do bloco – como prometeu em campanha: “seria uma tragédia para a zona do euro e uma catástrofe para a França”.   

Tentando mostrar otimismo, Moscovici ressaltou que o bloco sempre conseguiu resistir aos problemas e que acredita na retomada econômica após anos de retração – já que essa é a primeira vez em que todos os (ainda) 28 Estados-membros “tem previsão de crescer”.   

“Se precisar dar um título, diria que o crescimento econômico vai continuar mesmo se for colocado à prova por tantas incertezas. A economia europeia demonstrou ser capaz de resistir aos numerosos choques do ano passado Mas, com a incerteza em níveis assim elevados, é mais importante do que nunca usar todos os instrumentos oferecidos pelas políticas de apoio ao crescimento”, acrescentou.   

Especificando os pontos de incógnita, Moscovici ressaltou que as incertezas são provocadas ainda pelas “intenções pouco claras da nova administração norte-americana” bem como pelas “numerosas eleições que teremos na Europa neste ano” e ainda pelas negociações com o Reino Unido sobre a saída do país do bloco.   

– Números: Segundo as previsões econômicas apresentadas pela União Europeia nesta segunda-feira, a Itália deve registrar um crescimento de 0,9% em 2016, 0,9% em 2017 e 1,1% em 2018.   

Já a relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB) da Itália, tão debatidas entre o governo de Roma e a Comissão, ficam “sustentavelmente estáveis”, com uma leve queda na previsão de 2016 (de 2,4% para 2,3%), enquanto permanece invariada para 2017 (2,4%).   

A Comissão Europeia ainda reviu a taxa de desemprego, que permanece alta, e “diminui” o ritmo dos últimos anos. Para 2016, o número sobe de 11,5% para 11,7% assim como 11,4% para 11,6% para 2017. Só em 2018 há uma leve queda, 11,4% para 11,3%.   

Para a zona do euro, a Comissão prevê um crescimento do PIB de 1,7% em 2016, de 1,6% em 2017 e de 1,8% em 2018. Já a taxa de desemprego deve cair gradativamente entre 2016 e 2018: os dados apontam 10% no ano passado, 9,6% para este ano e de 9,1% em 2018. (ANSA)