SÃO PAULO, 20 JUN (ANSA) – Por Luciana Ribeiro – Diariamente, grupos terroristas aparecem nas manchetes dos principais jornais do mundo todo. Não só pelos diversos atentados com homens-bomba, caminhão e armas brancas, mas também por causa de assassinatos brutais de civis e inocentes.
Somente em 2017, já foram alvos de ataques países como Alemanha, França, Inglaterra, Rússia e Suécia. Até o momento, o atentado do último dia 22 de maio, na Arena Manchester, que deixou 22 mortos e 59 feridos após um show da cantora norte-americana Ariana Grande, foi o com mais vítimas fatais.
Nos últimos anos, as células terroristas estão atuando cada vez mais e matando mais gente com a “utilização de instrumentos violentos e que causam medo e terror para a divulgação ou a afirmação de certas ideias políticas e religiosas”, explicou à ANSA Flávio de Leão Bastos Pereira, professor de Direitos Humanos da Universidade Mackenzie.
“Os atentados terroristas têm uma característica terrível que é matar pessoas inocentes. Eles desarticulam toda a sociedade, que tende a adotar medidas [de segurança] extremistas também”, acrescentou.
Para Bastos Pereira, “foi com o fim da Guerra Fria que o radicalismo islâmico começou a gerar novos grupos”. Na ocasião, “eles passaram a adotar uma visão anti-Ocidente e uma implantação de um regime com leitura mais fundamentalista do alcorão”.
Desta forma, células terroristas como Al-Qaeda, Estado Islâmico (EI), Hamas, Talibã, Al Shabab, Boko Haram, ETA, IRA, Hezbollah, entre outros têm ameaçado populações e governos do Oriente Médio, da África e Ásia, além de causar pânico na Europa e na América do Norte, potenciais alvos de ataques.
Mas afinal, quem são os grupos e quais regiões ocupam? Grupos como EI, Al-Qaeda, Talibã e Boko Haram geralmente se consolidam em regiões de minorias excluídas, dentro de países que até hoje são ditaduras, monarquias absolutistas e com histórico de violação dos direitos humanos.
Confira os principais grupos terroristas espalhados pelo mundo: Al-Qaeda Criado por Osama bin Laden, a Al-Qaeda, que significa base, “nasceu no fim de 1970, quando o Afeganistão lutava contra a União Soviética que havia invadido todo o país, portanto, lutavam contra um regime socialista”, explicou o professor do Mackenzie.
O principal objetivo da organização é unificar todos os muçulmanos para criar uma grande nação islâmica, segundo uma “fatwa”, espécie de decreto religioso, divulgado por Bin Laden em 1998.
O documento ainda diz que é dever de todos os muçulmanos declarar uma guerra santa contra os Estados Unidos e seus cidadãos, e a Israel.
O grupo atua principalmente no Oriente Médio, África e Ásia.
Suas principais células são a Frente al Nusra, na Síria; AQPA, na Península Arábica; AQMI, no Magreb; e a do Iraque.
Um de seus ataques mais conhecidos foi o atentado às Torres Gêmeas e ao Pentágono em 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.
Estado Islâmico, Isis ou Daesh O grupo jihadista nasceu de uma dissidência da Al-Qaeda. O seu líder é Abu Bakr al-Baghdadi, que esteve à frente da Al-Qaeda no Iraque em 2010 e que havia participado da resistência à invasão dos Estados Unidos ao território iraquiano em 2003.
No entanto, no último dia 16 de junho, a Rússia afirmou que durante um ataque aéreo pode ter matado al-Baghdadi, considerado um califa – representante de Deus na terra – nos territórios da Síria e do Iraque.
O jihadista também é responsável por romper relações com a Al-Qaeda para assim ampliar seu território de atuação na Síria.
O objetivo do grupo é estabelecer um califado, restaurar a ordem de Deus na Terra e defender a comunidade muçulmana contra infiéis – xiitas e não muçulmanos.
Além disso, o grupo pretende criar um estado regido pelo califa e baseado numa interpretação radical da sharia, a lei islâmica.
O EI “não executa aquelas ações com grandes números de mortos como a Al-Qaeda, mas ele passa a ser um grupo de combate por ter homens radicalizados”, explicou o professor.
Entre os ataques mais sangrentos já reivindicados pelo EI está o atentado de Paris de 13 de novembro de 2015. Boko Haram e Província do Sinai estão entre os aliados do grupo.
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