Um grupo com 12 advogados fazia parte da defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres. Dentre eles, 11 enviaram um comunicado na segunda-feira (6) ao Supremo Tribunal Federal (STF) informando a saída do caso. Apenas um permaneceu, que foi Rodrigo Roca.

Os advogados que deixaram a defesa de Anderson Torres são: Demóstenes Torres, Vera Silveira, Eustáquio Silveira, Alexandre Ribeiro, Anamaria Resende, Andressa Gomes, Diego Schmaltz, Fabio Mello, Pedro Teixeira, Thiago Agelune e Ricardo Venâncio.

O motivo da saída do caso não foi informado no comunicado enviado ao STF.

O advogado Rodrigo Roca, que comandava o grupo, foi o único que segue defendendo Anderson Torres, que é investigado pelo STF por suposta omissão nos ataques terroristas de 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), e receber em seu gabinete no Ministério de Justiça uma minuta golpista.

Quem é Rodrigo Roca?

O advogado Rodrigo Roca ficou conhecido por atuar na defesa de militares do Exército do Rio de Janeiro acusados de tortura durante a ditadura militar. No decorrer das audiências da Comissão Nacional da Verdade, em Brasília, ele acompanhou o general Nilton Cerqueira, que comandou a caçada a Carlos Lamarca e a repressão contra a guerrilha do Araguaia.

Ele ainda atuou na defesa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que foi preso em 2016 por ter sido acusado de receber propina para beneficiar empresários durante algumas obras, como a reforma do Maracanã e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Favelas.

Porém ele ganhou notoriedade nacional ao assumir, em 2020, a defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), após a saída de Frederick Wassef, dono da casa em Atibaia (SP) onde Fabrício Queiroz se escondeu.

Na época, ele afirmou que fez isso depois de receber um convite da sua irmã, a advogada Luciana Pires, que também atuou na defesa de Flávio.

Ambos constavam como advogados do senador na caso das rachadinhas, esquema de devolução de parte do salário dos servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Depois, em 2022, Rodrigo Roca foi nomeado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) como Secretário Nacional do Consumidor (Senacon), que integrava o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Trajetória profissional

Rodrigo Roca formou-se como advogado em 1997. Depois, tornou-se mestre em direito pela Universidade Cândido Mendes (Ucam).

Em 2013, ele presidiu o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) do Rio de Janeiro.

Além disso, foi membro da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) e atuou como professor da Escola Superior de Advocacia (ESA).

Rodrigo Roca também possui um escritório de advocacia que leva o seu nome.