O rei Nabil Mouhamed Mfonrifoum Mbombo Njoya do povo bamum, de Camarões, foi ovacionado por dezenas de pessoas em Berlim, na Alemanha, no domingo, 11, por ter sentado no trono roubado de seu bisavô. A peça encontra-se exposta no Museu Etnológico do Humboldt Forum, localizado na capital alemã.

Quem é o rei?

  • Nabil é descendente direto do rei Ibrahim Njoya, que esteve no poder de 1887 a 1933. Foi durante o seu reinado que o trono Mandu Yenu foi roubado pelos alemães, em um momento da História conhecido como período de colonização;
  • O trono é descrito pelo museu como “o auge da arte do povo bamum do final do século 19”. Camarões foi invadido, ocupado e integrou o Império Alemão. Depois da Primeira Guerra Mundial, o território foi dividido entre franceses e britânicos, e só conquistou a independência em 1960;
  • Nabil esteve no museu para um evento público na companhia do embaixador de Camarões, Victor Ndocki, de membros do povo bamum e da direção da instituição;
  • Assim que entrou na sala, o monarca se dirigiu ao objeto e sentou-se no trono Mandu Yenu;
  • Vale informar que, em novembro de 2022, o rei Sehm Mbinglo 1°, outro monarca de Camarões, visitou a Alemanha e solicitou a devolução de artefatos roubados do seu povo. Como justificativa, ele afirmou que os objetos possuem profundo significado espiritual e tradicional;
  • Em dezembro de 2022, a Alemanha devolveu para a Nigéria mais de 20 objetos que foram retirados por País africano durante o período de colonização britânica e colocados em museus da Europa e dos Estados Unidos.