A juíza federal Gabriela Hardt, que atuou como substituta de Sergio Moro na Operação Lava Jato, e outros três desembargadores do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) foram afastados nesta segunda-feira, 15, por determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

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A ex-titular da 13ª Vara de Curitiba foi acusada de violar o Código da Magistratura por combinar decisões com membros da operação. Além disso, ela é apontada como a viabilizadora do fundo abastecido com valores arrecadados por meio de acordos feitos com empresas denunciadas, como a Petrobras.

Em sua decisão, o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, afirmou que Gabriela Hardt quebrou a confiança do Estado ao colocar as convicções pessoais à frente da imparcialidade.

Quem é a juíza federal

Gabriela Hardt atuou como juíza corregedora do Presídio Federal de Catanduva, no Paraná, e foi a responsável por inspecionar as condições de encarceramento e demandas dos detentos.

A juíza atuava na 13ª Vara de Curitiba desde 2009, mas ganhou notoriedade em 2018, quando substituiu Sergio Moro, que deixou a magistratura para ser ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL).

No cargo, em 2019, ela foi responsável pela sentença que condenou Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e 11 meses de prisão no caso sobre o sítio de Atibaia, no interior de São Paulo. Dois anos depois, a decisão foi anulada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Na ocasião, a defesa do petista criticou a magistrada por elogiar Sergio Moro na sentença. Além disso, ela foi acusada de supostamente plagiar o texto do ex-juiz no caso do triplex no Guarujá, litoral paulista.

Em março de 2023, Gabriela Hardt foi responsável por autorizar a operação que prendeu nove membros do PCC acusados de planejar um atentado contra Sergio Moro e sua família. A decisão ocorreu no momento em que ela substituía Sandra Regina Soares na 9ª Vara Federal de Curitiba.