Rose Meire dos Santos Silva ficou conhecida por ter subido ao palco onde estava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se ajoelhado e dito: “nosso povo está morrendo”. A atitude da mulher emocionou o mandatário. O episódio ocorreu durante o lançamento da Lei Paulo Gustavo, em Salvador (BA).

Quem é a mulher?

Rose Meire é líder do Quilombo Rio dos Macacos, território ocupado há mais de 200 anos por cerca de 450 famílias;

Ela interrompeu o pronunciamento do presidente para entregar um documento, que foi assinado por ele e dado como recebido. O texto informa que o quilombo enfrenta dificuldades por conta da falta de políticas públicas, como saneamento básico, estrada, moradia, educação, iluminação pública e água encanada;

Além disso, casos de estupros e torturas foram relatos ao presidente;

Rose Meire chegou a relatar a situação do quilombo durante a Comissão Estadual da Verdade na Bahia, em 2014, mas as obras realizadas por uma empresa terceirizada teriam sido atrasadas e mal feitas;

Após falar com o presidente, Rose foi escoltada para fora do palco pela primeira-dama Janja;

Ao retomar a sua fala, Lula começou a chorar e precisou fazer uma pausa para beber água; O mandatário largou o discurso pronto e passou a improvisar;

Durante seu pronunciamento, o presidente criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL). “Me parece que o destino nos jogou uma praga de gafanhoto, em apenas quatro anos destruíram tudo que fizemos, o país gerou mulheres como essa, desesperada. 30 milhões voltaram a passar fome, outros milhões exigem proteínas suficientes. Voltei para gente fazer mais e melhor”, disse.

“Temos que ter compromisso com o povo pobre desse país e por isso eu estou aqui. Esse governo permite que vocês sejam contra, não concordem, isso é democracia. Os ignorantes desse país precisam aprender que cultura não é gasto, pornografia ou coisa menor. Cultura é o jeito da gente falar, comer, dançar, andar, cantar, pintar, fazer aquilo que a gente sabe fazer e cultura significa emprego, milhões de oportunidades para gente que precisa comer. Portanto, os ignorantes, fiquem sabendo: a cultura voltou nas mãos de uma mulher negra na Bahia para fazer a revolução necessária”, concluiu.