Saiba quais praias em SP são seguras para os banhistas e quais devem ser evitadas

Divulgação/ Cetesb
Foto: Divulgação/ Cetesb

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) divulgou o segundo mapa de qualidade das praias paulistas em 2023. No boletim, o pior resultado foi da cidade de Santos, que teve seis praias (Aparecida, Embaré, Boqueirão, Gonzaga e José Menino – R. Olavo Bilac e Av. Frederico Ozanan) consideradas impróprias para banhistas. Apenas a Ponta da Praia foi classificada como própria para banho.

Dessa forma, a recomendação é que o contato com a água nessas praias seja evitado por conta da exposição dos banhistas a bactérias, vírus e protozoários, os quais podem transmitir doenças, principalmente em crianças, idosos e pessoas com a imunidade baixa. Além de problemas de saúde como gastroenterite, hepatite A, cólera e febre tifóide, o contato com a água contaminada pode causar conjuntivite, otite e doenças das vias respiratórias.

Como é feito o monitoramento?

Vale ressaltar que, o monitoramento é feito de forma semanal pela Cetesb, que apresenta os resultados de 150 praias das 293 existentes no Litoral Paulista, espalhadas pelos 427 km da costa. O último boletim divulgado é do dia 12 de janeiro deste ano.

Dessa forma, as amostragens são passam por análise microbiológicas para determinar a quantidade de bactérias fecais na água. Com isso, a praia pode ser considerada própria ou imprópria para banho. A classificação é exposta pela Cetesb com bandeiras na cor verde para praias com boa qualidade para banho e vermelha para as que devem ser evitadas.

Saiba quais praias em SP são seguras para os banhistas e quais devem ser evitadas

Mapa de qualidade 2023:

Litoral Norte

As praias do Litoral Norte de São Paulo demonstraram os melhores resultados nas primeiras amostragens de 2023. Em Ubatuba, das 36 praias analisadas, somente Perequê-Mirim e Itaguá foram classificadas como impróprias. Já em São Sebastião, Caraguatatuba, Ilhabela e Bertioga todas as praias estão com bandeira verde pela Cetesb.

Litoral Sul

Os melhores resultados da costa sul do litoral paulista foram obtidos pelas cidades de Itanhaém e Peruíbe, com a balneabilidade das praias analisadas como próprias para banhistas. No Guarujá, Enseada, na altura da Rua Chile, e Perequê foram consideradas como impróprias, assim como Gonzaguinha e Prainha em São Vicente.

Em Praia Grande a situação é um pouco mais complicada, as praias de Guilhermina, Vila Tupy, Vila Mirim, Maracanã, Real, Flórida e Jardim Solemar foram classificadas como impróprias. O município de Mongaguá teve apenas Santa Eugênica reprovada no teste de qualidade para uso da água para banho.

Fatores que contribuem para contaminação:

  • O alto fluxo de turistas no litoral para acompanharas festas de fim de ano e consequente aumento na produção de esgoto;
  • Com o aumento da chuva no Verão, um volume maior de água dos rios chega ao mar;
  • Sistema inadequado de coleta, tratamento e disposição final de esgotos nos municípios;
  • Curso de água (rios, córregos entre outros) diretamente lançados em determinada praia;
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Cidades do litoral paulista que possuem praias analisadas pela Cetesb

Caso crítico de Santos

A Prefeitura de Santos foi questionada sobre o resultado obtido pela cidade no qual seis das setes praias analisadas foram consideradas impróprias.

Por meio de nota, a Secretaria do Meio Ambiente (Semam) do município disse que promove ações para melhorar os índices de balneabilidade. Entretanto, as praias da cidade “estão inseridas em uma baía com conexão com o Porto e que tem o impacto da poluição difusa, por conta de chuvas, saneamento e a influência dos municípios vizinhos”(confira a nota na íntegra no final do texto).

Entre as medidas tomadas pelo município para diminuir os índices negativos está a instalação, no ano passado, de barreiras flutuantes nos canais de drenagem de água pluvial que cortam a cidade. O objetivo é evitar que detritos cheguem ao mar.

Além da Prefeitura, a Sabesp, responsável pelo tratamento de esgoto da cidade também foi contestada pela reportagem. Por nota, a companhia reforçou que,” apesar de todos os esforços, a Sabesp tem impedimentos legais para operar em áreas de ocupação irregular ou informal — como acontece em várias regiões do litoral paulista. Ainda assim, a Companhia mantém o Onda Limpa, maior programa de saneamento ambiental da costa brasileira com o objetivo de levar saúde e qualidade de vida para a população. Além de melhorar a balneabilidade das praias e o meio ambiente”.

No caso específico da Baixada Santista, os índices, por exemplo, ficam em 84,3% de coleta e 100% de tratamento do esgoto. Ainda de acordo com a Sabesp, a cidade de Santos possui a cobertura de coleta dos esgotos de 99,4% e o tratamento é feito em 100% do material captado.

Leia a nota da Prefeitura:

A Secretaria de Meio Ambiente (Semam) de Santos acompanha todos os resultados de análises feitas pela Cetesb e realiza diversas ações para melhorar os índices de balneabilidade. Santos possui excelentes indicadores de cobertura e afastamento do esgoto. No entanto, as praias santistas estão inseridas em uma baía com conexão com o Porto e que tem o impacto da poluição difusa, por conta de chuvas, saneamento e a influência dos municípios vizinhos.

A Prefeitura de Santos destaca algumas ações executadas pela Semam para melhoria da balneabilidade. Em 2023, por exemplo, haverá ampliação na fiscalização das ligações irregulares de esgoto, por meio de operações caça-esgoto, com o uso de fumaça, corantes e vídeomonitoramento com robôs que percorrem as tubulações.

Esse trabalho é feito com apoio do laboratório municipal, o único do litoral paulista, que colabora com a Cetesb na coleta de amostras para análise da qualidade da água do mar.

Nos canais de drenagem de água pluvial que cortam a Cidade, a Semam instalou, no ano passado, barreiras flutuantes, que represam e impede que detritos cheguem ao mar.

Em 2023, os peixes que habitam esses canais serão monitorados como bioindicadores ambientais, permitindo ampliar as fontes de informação e aprimorar o controle.

Já no caso da poluição difusa, como o descarte incorreto de fezes animais, a Semam realiza ações de educação ambiental (presenciais e virtuais), além de possuir 100 totens espalhados pela Cidade, cada um deles dotado de caixa contendo sacos de papel kraft para que a população possa fazer o recolhimento e descarte correto desses dejetos.

Nota da Sabesp:

A Sabesp tem trabalhado, cada vez mais, para expandir o sistema de coleta e tratamento de esgoto em todo o litoral paulista. Somente nos últimos três anos, de 2019 até 2021, foram investidos mais de R$ 1,1 bilhão neste setor. A previsão para os próximos anos, de 2023 a 2027, é de R$ 17,3 bi em obras e investimentos em esgotos para todos os municípios atendidos pela Companhia no Estado de SP.

A Companhia ressalta que diversos fatores contribuem para as condições de qualidade das praias, entre eles: o crescimento urbano desordenado em áreas informais, sistemas inadequados de drenagem urbana e toda a poluição difusa oriunda das fezes de animais e quaisquer resíduos sólidos, que são levados pelas chuvas às galerias para drenagem pluvial, que deságuam nas praias e não são de responsabilidade da Sabesp.

Vale reforçar que, apesar de todos os esforços, a Sabesp tem impedimentos legais para operar em áreas de ocupação irregular ou informal — como acontece em várias regiões do litoral paulista. Ainda assim, a Companhia mantém o Onda Limpa, maior programa de saneamento ambiental da costa brasileira com o objetivo de levar saúde e qualidade de vida para a população. Além de melhorar a balneabilidade das praias e o meio ambiente.

Os índices da Baixada Santista, por exemplo, ficam em 84,3% de coleta e 100% de tratamento do esgoto.

Santos – O município de Santos ficou em 1º lugar no ranking de saneamento de 2022 do Instituto Trata Brasil. Ainda assim, a praia pode ficar imprópria para o banho, principalmente nos períodos mais chuvosos, devido aos variados fatores que contribuem para as condições de balneabilidade.

Conforme dados da Sabesp, de dezembro de 2021, a cobertura do sistema de coleta dos esgotos em Santos é de 99,4% e o tratamento é feito em 100% dos esgotos coletados.

Os esgotos domiciliares coletados nos imóveis seguem dos coletores-tronco para tubulações maiores, os interceptores, e por eles passam por unidades de bombeamento, até serem direcionados à estação de precondicionamento dos esgotos localizada no bairro José Menino, onde são removidos os poluentes com a adição de produtos químicos para que a disposição final do efluente tratado aconteça através do emissário submarino, em condições adequadas conforme legislação ambiental.

A Empresa monitora continuamente toda infraestrutura de sua responsabilidade e realiza rotineiramente a limpeza das redes e equipamentos do sistema de esgoto. A Companhia ainda atua, ao longo do ano, em parceria com as prefeituras no trabalho de identificar eventuais irregularidades entre ambos os sistemas (dos esgotos e de drenagem), informando à fiscalização municipal para que seja notificado o imóvel por onde um eventual descarte inadequado esteja acontecendo e, se necessário, aplicar multa para que as instalações internas do imóvel sejam corrigidas e assim seja feita corretamente a conexão às redes coletoras.