19/09/2024 - 14:29
A influenciadora digital Amanda Ferreira, que conta com quase dois milhões de seguidores no Instagram, compartilhou um relato emocionante sobre seu sonho em se tornar mãe.
Isso porque, em 2020, a influenciadora enfrentou uma gravidez ectópica, o que resultou na perda do bebê e na necessidade de retirada de sua trompa de Falópio direita.
“Em 2020, tive uma gravidez ectópica, perdi meu bebê e, com isso, tive que retirar a minha trompa do lado direito, dificultando um pouco a realização do meu sonho de ser mamãe hoje”, revelou ela na legenda de um minidocumentário em que aparece relembrando quando descobriu a gravidez e quando perdeu o bebê.
A influenciadora ainda contou como ficou seu emocional após o ocorrido: “Nunca sonhei com o parto, nunca imaginei que iria desejar tanto gerar uma vida e, hoje, em meio a tantas dificuldades, a tantos negativos, meu coração só pensa em esperar o momento certo e confiar… pouco se falam das tentantes que sonham dia após dia com um positivo.”
Amanda também refletiu sobre o impacto da perda em sua vida e a forma como sua fé tem ajudado a superar esse momento.
“Só Deus sabe os sonhos dentro do nosso coração. Na época, não entendi o porquê de ter perdido um bebê assim, da forma como perdi. Senti medo, angústia, fortes dores, tanto no corpo quanto no coração… Eu sei que Deus tem planos grandiosos pra mim. E logo eu, que sempre dizia que não queria engravidar, hoje me vejo esperando por esse momento todos os dias”, desabafou.
Em entrevista ao site IstoÉ Gente, especialistas explicaram o que é gravidez ectópica e tiraram as principais dúvidas. Confira abaixo:
O que é gravidez ectópica?
É uma gestação que se desenvolveu em um local fora da cavidade uterina ou seja que não está implantado dentro do útero no endométrio, segundo a doutora *Natalia Castro Ginecologista e Obstetra pela Febrasgo.
Quais os tipos de gravidez ectópica?
A **dra. Karina Tafner Ginecologista e Obstetra pela Santa Casa de São Paulo destacou que os tipos mais comuns incluem:
- ectopia tubária: ocorre nas trompas de falópio, sendo o tipo mais comum;
- ectopia ovariana: quando o embrião se implanta no ovário;
- ectopia abdominal: ocorre na cavidade abdominal;
- ectopia cervical: ocorre no colo do útero.
Toda gravidez ectópica resulta na perda do bebê?
“É praticamente impossível o nascimento com vida do bebê, pois nas gestações ectópicas os locais de implantação não conseguem suprir as necessidades nutricionais, de crescimento da gestação e a parada do desenvolvimento acontece”, explicou a ***dra. Graziela Canheo, Ginecologista e Obstetra pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)
“Como o risco de morte materna é muito alto neste tipo de gestação devido invasão de órgãos e hemorragia e opção da interrupção se faz necessária o quanto antes”, completou.
Quais são os sintomas?
Karina destacou que o quadro clínico da gestação ectópica pode variar, mas geralmente inclui os seguintes sintomas:
- dor abdominal: pode ser aguda ou crônica, geralmente em um lado do abdômen;
- sangramento vaginal: pode ser leve ou intenso, muitas vezes de cor marrom ou vermelho;
- sintomas gastrointestinais: náuseas ou vômitos;
- dor no ombro: pode indicar hemorragia interna;
- choque: em casos de ruptura, pode ocorrer dor intensa e sinais de choque, como palidez e fraqueza.
Quando a gravidez é ectópica, o teste dá positivo?
“Sim. Mas, frequentemente, o teste vem em valores mais baixos, o que não significa que valores baixos serão sempre gravidez ectópica”, pontuou Natalia.
O que pode ser confundido com gravidez ectópica?
De acordo com Graziela, a mulher não souber que está grávida e estiver com dor abdominal, as hipóteses de diagnósticos podem ser:
- apendicite;
- diverticulite;
- cólica menstrual (dismenorréia).
Se a paciente souber que está grávida, estiver com sangramento vaginal e dor abdominal as suspeitas podem ser além de gravidez ectópica:
- ameaça de aborto;
- aborto espontâneo ou aborto tubário.
“Para melhor elucidação diagnóstica é necessário seriar o valor do beta HCG (exame de sangue que identifica gravidez) e exames ultrassonográficos para evidenciar a localização e acompanhar a gestação”, finalizou.
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*Dra. Natalia Castro (CRM 105.105 – RQE: 53.054), ginecologista e obstetra pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)
**Dra. Karina Tafner (CRM:118066), ginecologista e obstetra pela Santa Casa de São Paulo
***Dra. Graziela Canheo (CRM 145288 – RQE 68331), ginecologista e obstetra pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)