A ex-apresentadora de programa de entrevistas Wendy Williams, de 59 anos, foi diagnosticada com uma forma de demência, de acordo com um comunicado divulgado no mês passado em nome de seus responsáveis.

No ano passado, a artista já havia sido diagnosticada com afasia progressiva primária e demência frontotemporal, “após passar por uma bateria de exames médicos”, como dizia o comunicado. Essa doença também acomete o ator Bruce Willis.

Entenda abaixo um pouco mais sobre a doença

O que é demência frontotemporal?

A demência frontotemporal, ou DFT, é uma doença rara que afeta partes do cérebro que controlam o comportamento e a linguagem. Essas partes do cérebro encolhem à medida que a doença avança.

A DFT normalmente acomete pessoas na faixa dos 40 aos 60 anos. Ela pode afetar a personalidade da pessoa, causando perda de inibição e comportamento inadequado. Algumas vezes, é confundida com depressão ou transtorno bipolar, e o diagnóstico pode levar anos.

“É um diagnóstico muito difícil, devo dizer”, diz Brenda Rapp, cientista cognitiva da Universidade Johns Hopkins. “Talvez você esteja fazendo coisas que incomodam as pessoas, e realmente não entenda por que elas estão incomodando.” Isso pode ser frustrante para todos os envolvidos, segundo Rapp.

A doença frequentemente inclui a afasia progressiva primária, ou seja, causa problemas nas habilidades de linguagem. Uma pessoa com esse tipo de DFT pode ter dificuldade em encontrar palavras ou compreender a fala.

O que causa a DFT?

Ela é causada por dano aos neurônios, os portadores de informação do cérebro, mas as razões subjacentes em cada caso específico normalmente não são claras. As pessoas com histórico familiar da doença têm maior probabilidade de desenvolvê-la, mas a maioria das pessoas com DFT não tem histórico familiar de demência.

A DFT pode ser tratada?

Não há cura para a DFT, mas existem estratégias para lidar com ela. Pessoas com o tipo que afeta a linguagem podem fazer terapia fonoaudiológica. Podem também fazer fisioterapia para melhorar os movimentos.

Alguns pacientes tomam antidepressivos ou remédios para síndrome de Parkinson, que tem alguns sintomas em comum com a DFT.

Qual a velocidade do avanço da DFT?

A DFT pode ser uma doença longa, com duração de dois a dez anos. As pessoas com DFT necessitam de cuidados ou suporte de enfermagem à medida que os sintomas pioram.

“A doença se espalha pelo cérebro”, explica Rapp. “A velocidade com que isso acontece é extremamente imprevisível. Então é muito difícil saber (…) em quanto tempo alguém irá se deteriorar.”

O ônus financeiro sobre as famílias pode ser imenso. A Associação de Alzheimer dos EUA estima um custo de 10 mil dólares (50 mil reais) ao ano, em média, para as despesas de saúde e cuidados de longo prazo de uma pessoa com demência.