Fazer as refeições à mesa, para muitas famílias, é um momento de estresse, desconforto e aborrecimento. Um filho não come nada, o outro come demais, o pai senta no sofá para ver o jornal enquanto equilibra o prato com as mãos, a mãe se descabela tentando fazer a menina largar o celular, enquanto enrola com a comida na boca por horas deixando-a esfriar na boca e no prato… Essa é uma situação clássica entre as famílias que recebo. De todas as questões que envolvem esse momento, o que mais me chama atenção é a falta de acolhimento entre eles, tornando o ambiente um caos.

Quando lembro da minha infância, vejo a mesa da casa da minha avó lotada de primos e tios, todos esperando meu avô para almoçarmos juntos. Na minha casa, eu muitas vezes pedia para minha mãe uma caneca de feijão, para aguentar a fome enquanto meu pai não chegava do trabalho para jantarmos juntos. Em ambas as situações não existia estresse, mesmo que nem todos comecem bem, a comida em si não era a principal estrela da refeição, mas o acolhimento que se sentia ao estar ali, naquele ambiente.

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Ouvir o papo dos adultos era gostoso, contar como foi a escola e vê-los interessados era delicioso, esperar a sobremesa, sem se levantar da mesa não era tão difícil. Vejo o reflexo dessas experiências até hoje na minha vida, quando muitas vezes já passou da hora de dormir e ainda estou de papo na mesa de jantar com meus filhos. Ali falamos sobre tudo: sexo, drogas, rock & roll, política, economia… sinto que eu educo meus filhos à mesa.

Conto essas histórias porque vejo o quanto a mesa pode ser um lugar acolhedor, onde quem está a sua volta tem a oportunidade de falar e ser ouvido, onde o olho no olho é tão precioso que chega a falar por si. 

Eu sei que para quem está abduzido pelo estresse desse momento é impossível pensar que esse acolhimento seja viável. O que posso dizer é que é sempre possível mudar, principalmente quando a transformação nos fortalece e nos inspira a buscar uma relação mais amorosa, cuidadosa e respeitosa com os nossos filhos e com o alimento. Essa dupla (filhos e alimento) vai nos acompanhar por muitos e muitos anos, não ajuda querer resolver aquela única refeição estressante, mais interessante é pensar que juntá-los à mesa pode nos trazer uma troca incrível. 

Muitas vezes no meu trabalho, antes mesmo de falar das demandas nutricionais e da qualidade dos alimentos servidos, eu ajudo as famílias a terem a mesa como um lugar de acolher, de construir laços e vínculos. E só após conseguirmos estabelecer um ambiente mais tranquilo e confortável para todos é que começamos a falar sobre a qualidade dos alimentos em si.

É sabido que a comida tem não só o poder de nos manter vivos, mas ela também é responsável por equilibrar nosso estado emocional. Tem quem quando fica triste perde o apetite, em momentos de ansiedade come demais, tem quem só se acalma com um chocolatinho na cabeceira. Nós comemos e digerimos não só alimentos, mas também sentimentos. 

Amanhã, dia 01/06 às 18h, começa o Papo de Cozinha, uma série de lives no meu Instagram, onde a cada terça feira de junho eu convido uma mulher-mãe para trocar sobre sobre os 5 mandamentos da Kapim pra comer bem e suas atitudes positivas. A minha convidada de estreia será a psicanalista e escritora Elisama Santos, e o tema é ACOLHER: como o momento das refeições pode ser uma bela oportunidade para acolher nossos filhos. 

Não vale perder. Amanhã às 18h no meu instagram

Só vem.

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