SÃO PAULO (Reuters) – A produção de soja 2022/23 do Brasil deve alcançar o recorde de 155,08 milhões de toneladas, estimou nesta quinta-feira a consultoria Safras & Mercado, com uma elevação ante os 152,43 milhões projetados no mês anterior devido a ajustes positivos nas produtividades dos grãos colhidos no Sudeste e Centro-Oeste.

Além disso, a consultoria ressaltou em comunicado à parte que 44,3% da produção estimada para este ciclo já foi comercializada, contra 35,4% no mês anterior e média histórica de 59,6%, em meio a uma estratégia mais cautelosa dos agricultores, à espera de preços maiores para fechar vendas.

Se confirmado, o volume produzido em 2022/23 representará uma alta de 20,7% comparada à safra passada, que foi atingida mais severamente pela seca na região Sul devido à La Niña.

Nesta temporada, também houve redução na produtividade média esperada para o Rio Grande do Sul devido ao clima irregular desde o plantio, porém as condições são melhores que as do ano anterior.

“É importante destacar que a situação do Estado gaúcho, nesta temporada, não é tão grave como a registrada na safra passada, com algumas microrregiões devendo registrar boas produtividades, o que ajuda a compensar parte das perdas de regiões mais afetadas pela estiagem”, disse em nota o analista da Safras Luiz Fernando Gutierrez Roque.

No Centro-Oeste e no Sudeste, a maior parte dos Estados teve ajustes positivos nas produtividades médias, justificando a elevação na projeção média para colheita nacional da oleaginosa.

“O avanço da colheita tem confirmado um grande potencial produtivo nas lavouras da faixa central do país, superando as expectativas iniciais. O destaque fica com o Estado do Mato Grosso, que pela primeira vez deve superar a marca de 60 sacas por hectare na média estadual”, acrescentou o analista.

No Norte e Nordeste do país, os ajustes nas produtividades médias foram pequenos, tanto positivos quanto negativos, não trazendo alterações relevantes, comentou a consultoria.

Já para a nova temporada de 2023/24, cujo plantio começa somente em setembro, a Safras detalhou no relatório de comercialização que as vendas antecipadas chegaram a 4,2% da colheita estimada, ante média de 15,1% para o período do ano.

“Levando-se em conta uma safra hipotética de 155,08 milhões de toneladas (repetindo o número da atual produção), Safras projeta uma comercialização antecipada de 4,2%, envolvendo 6,55 milhões de toneladas.”

Em igual período do ano passado, a comercialização antecipada era de 9,8%.

(Reportagem de Nayara Figueiredo)

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