Dois paredões de Mata Atlântica e o mar protegido mostram um equilíbrio perfeito de uma paisagem entre a água e a terra.Talvez por isso o cognome seja ‘fiorde tropical’. Porque o Saco do Mamanguá surge de uma entrada estreita lembrando uma fenda nas montanhas cobertas de vegetação e cria mesmo uma sensação de isolamento e proteção, e de ter descoberto sozinho aquele canto afastado, que só tem acesso por barco.

Embora “fiorde” não seja estritamente preciso do ponto de vista geológico, o termo é mais uma descrição poética e visual das altas montanhas e das águas claras e calmas do destino, que tem uma beleza singular.

São mais de oito quilômetros de extensão e dois quilômetros de largura, o estuário é o único da região da chamada Costa Verde do estado do Rio de Janeiro. Atualmente, a região é considerada uma área de proteção ambiental, buscando preservar sua biodiversidade e a cultura caiçara.

Saco do Mamanguá
Fotos Hugo Valente

O acesso ao local é por mar, saindo da cidade de Paraty, que está localizada a aproximadamente 250 km do Rio de Janeiro e a 330 km de São Paulo. A partir daí, você pode chegar de carro ou de ônibus na cidade. Lá existem diversas empresas de turismo que oferecem o transfer (cerca de 40 minutos) de barco para o Saco do Mamanguá. É possível também alugar caiaques em Paraty e remar até lá, caso tenha experiência em remo e esteja preparado para a jornada.

Conforme o barco começa a navegar pelo canal entre aquela imensidão de montanhas cobertas por vegetação, já se sente o clima de tranquilidade e de paz típico das comunidades caiçaras locais. Isso porque os pequenos barcos de pesca, normalmente feito pelos próprios pescadores, navegam por ali em busca de um lugar para esticar suas redes ao longo do canal que possui, no total, 33 praias.

Além de explorar o local pelo mar, via canoa, caiaque ou até mergulhando em pontos de snorkeling e cilindro, existem várias trilhas que cruzam a vegetação ao redor como a do Pico do Mamanguá é uma das mais populares, que leva a uma vista panorâmica incrível do ‘fiorde’.

Saco do Mamanguá

O Saco do Mamanguá é uma área natural relativamente remota e preservada, então não existem muitas opções de hospedagem e restaurantes por ali. O Mamanguá Eco Lodge tem uma boa estrutura com 12 quartos, restaurante, sinal de internet e ar-condicionado, além de um jardim imenso pé na areia, à beira-mar.

No restaurante, geralmente oferecem pratos à base de frutos do mar e cozinha local, típicos da cultura caiçara, que é profundamente ligada à natureza e ao modo de vida tradicional dessas comunidades.

Saco do Mamanguá

A influência da cultura caiçara na culinária do Saco do Mamanguá é evidente na utilização de ingredientes frescos e locais, bem como na técnica de preparo dos alimentos, que valoriza a simplicidade e respeita a sazonalidade dos ingredientes disponíveis.

A pesca sustentável desempenha um papel fundamental na preservação da cultura caiçara e na manutenção da diversidade de peixes e frutos do mar na região.