No momento em que o mundo discute o tema racismo, o rei Willem-Alexander, da Holanda, decidiu acertadamente não mais utilizar a tradicional carruagem de madeira revestida por ouro e típica da monarquia. A decisão tem a ver exclusivamente com a estética do veículo. Do lado esquerdo, na lateral do transporte, há uma pintura em que se vê homens negros ajoelhados à frente de homens brancos e uma mulher sentada em um trono, representando a Holanda. No outro flanco, aparece a imagem de um jovem branco entregando um livro a um menino negro. A obra chamada de Homenagem das Colônias já foi considerada a representação da civilização. Mas os desenhos estão sendo considerados agora uma clássica imagem do período da colonização, escravidão e racismo, e vem causando celeuma na sociedade holandesa. O suntuoso carro é chamado de Gouden Koets e estave em manutenção desde 2015, após o período de oficina, a peça voltou a ser exposta em Amsterdam, mas mesmo estando pronta para uso, houve a recusa do monarca. Apesar de haver pessoas que consideram a utilização da relíquia uma forma de preservar a história do país, o bom senso deve prevalecer após o veredito real. A carruagem deve ser aposentada exatamente pelo o que já foi um motivo de orgulho, a estampa racista.

Vaticano
O papa quer passear

ANONIMATO Francisco é flagrado ao sair de loja de disco: ele não queria ser percebido (Crédito:Divulgação)
Divulgação

O papa Francisco está cansado. Cansado das restrições da pandemia, cansado dos compromissos eclesiásticos, cansado de debater questões climáticas e do coronavírus. Enfim, cansado das mazelas do mundo. Quando suas forças se exarem, para espairecer, o pontífice age como se não carregasse o peso de uma das maiores religiões do mundo em suas costas: dá uma saidinha do Vaticano para visitar amigos e comprar discos. Como queria passear despercebido, Sua Santidade, avesso ao exibicionismo, optou por sair à noite, sem escolta ou proteção policial. Foi a loja Stereo Sond, em Roma, que pertence a uma família de amigos de Francisco desde a época em que era arcebispo. O que ele não contava é que ao deixar o estabelecimento haveria um repórter passando pelo local. Martínez-Brocal, que trabalha agência Rome Reports, fotografou o papa e postou a imagem no Twitter. Francisco tratou o episódio com bom humor, “Foi um caso de azar, depois de tomar todas as precauções, havia um repórter lá”, escreveu o papa em carta a Brocal.

Justiça italiana
Uma condenação exemplar

PÁRIA DO ESPORTE Em campo Robinho foi brilhante: fora dele, um desatre (Crédito:Alessandro Garofalo )

A Corte de Cassação da Itália, a última instância jurídica do país, o equivalente ao Supremo Tribunal Federal, no Brasil, confirmou a condenação de Robson de Souza, o jogador de futebol, Robinho e de seu amigo, Ricardo Falco. A sentença sairá em trinta dias e a punição é de nove anos de prisão. O crime de violência sexual de grupo ocorreu em 2013 em uma boate situada em Milão. Nessa época Robinho era um dos craques do time do Milan. Segundo a acusação, o atleta, Falco e mais quatro homens, que não foram acusados, apenas citados no inquérito, estupraram uma mulher que estava alcoolizada e inconsciente. Ela é de origem albanesa e vive na Itália, mas prefere manter sigilo sobre sua identidade. Uma das provas que compôs a denúncia foi à transcrição de conversas gravadas no momento da ação criminosa. “A mulher está completamente bêbada”, disse Robinho. O jogador não pode ser extraditado para a Itália porque a Constituição brasileira proíbe, mas Robinho e seu amigo poderão ser presos no Brasil após julgamento da Justiça federal. É um triste final de carreira para um dos melhores futebolistas que o País já teve.

Arte
O leilão do século foi um fiasco

GENIAL Leilão da Villa da Aurora fracassou: nem Caravaggio animou o arremate (Crédito:Divulgação)

Quanto vale uma vila romana inteira repleta de obras de arte renascentistas? E se nessa vila houver uma criação artística única e produzida por um dos maiores pintores de todos os tempos, Caravaggio? Pois é, a Villa da Aurora, localizada no centro de Roma, foi a leilão pelo valor de €471 milhões (quase R$ 3 bilhões de reais), mas não houve o mínimo interesse por parte dos participantes em arrematar a oferta. O luxuoso palácio que outrora foi residência de papas e pertenceu à nobre família Boncompagni Ludovisi perdeu o encanto. Nem mesmo a possibilidade de vislumbrar diariamente o singular mural feito por Caravaggio, no qual há uma representação dos deuses romanos, Júpiter, Netuno e Plutão, foi o suficiente para que algum ricaço fizesse a aquisição. Fica a dúvida: o valor pedido pela propriedade foi considerado alto demais ou possuir uma coleção de arte perdeu grandeza? Em abril haverá outro leilão com valores 20% menores.