Sabesp retira menos água da Cantareira após queda no nível do reservatório

Sabesp retira menos água da Cantareira após queda no nível do reservatório

A ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) e a SP Águas reduziram nesta sexta-feira, 29, em 4 m3/s o volume autorizado de retirada de água do Sistema Cantareira. O valor passou de 31 m3/s para 27 m3/s. A decisão foi tomada para preservar os níveis dos reservatórios.

A gestão das represas é feita em conjunto pelas duas entidades, que acompanham diariamente os dados de níveis, vazões e armazenamento para subsidiar decisões de operação.

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Na quarta-feira, 27, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado) anunciou uma redução na pressão de distribuição de água na região metropolitana de São Paulo pelo período de oito horas durante as madrugadas para economizar água.

A redução da pressão na tubulação é válida até que sejam recuperados os níveis dos reservatórios que abastecem a região metropolitana.

A região metropolitana vem enfrentando uma sequência de anos com chuvas abaixo da média. Como o Estadão mostrou, os sete sistemas de água que abastecem as cidades da região metropolitana de São Paulo operam no menor nível dos últimos 10 anos para o mês de agosto. Reunindo os sistemas Cantareira, Guarapiranga, Rio Grande, Rio Claro, Alto Tietê, Alto Cotia e São Lourenço, o Sistema Integrado Metropolitano (SIM) funcionava na terça-feira, 19, com 39,9% da sua capacidade.

É o menor volume para a data desde 2015, quando a região sofreu com uma crise hídrica histórica. Em 19 de agosto daquele ano, os reservatórios operaram com apenas 10,6% do volume total.

Chama a atenção o declínio no nível dos reservatórios nos dois últimos anos. Em 2024, os sistemas operaram com 58,4% da capacidade no período. Em 2023, esse volume estava ainda maior (71,5%).

Em cerca de um mês, o volume dos reservatórios caiu quase 8%, indo de 47,7%, registrado pela Sabesp em 19 de julho, para 39,9%. Um ritmo de queda de 0,25% por dia.

E o prognóstico climático para a região não é favorável. O inverno confirmou as previsões para um período de seca e de poucas chuvas no Sudeste.

De acordo com o Protocolo de Escassez Hídrica de São Paulo, a região metropolitana se encontra hoje em “estado de atenção”. Caso esse porcentual caia para valores entre 30% e 20%, é acionado o estágio “crítico”. Já o último estado, de “emergência”, é acionado quando os valores atingem porcentuais inferiores a 20%.