Depois de ser tachado de mentiroso no Brasil e em seu país e virar alvo de investigação da polícia, o nadador norte-americano Ryan Lochte, que “inventou” um assalto no Rio para acobertar uma confusão num posto de gasolina durante a Olimpíada, após uma festa, na madrugada do último sábado para domingo, finalmente pediu desculpas. Foi na manhã desta sexta-feira, em suas redes sociais.

“Eu quero pedir desculpas pelo meu comportamento semana passada – por não ter sido mais cuidadoso e sincero na forma como descrevi o que aconteceu no começo daquela manhã, e por ter tirado o foco dos atletas que estavam realizando o sonho de participar da Olimpíada. Eu esperei para compartilhar isso até que a situação legal ficasse clara e meus companheiros chegassem em casa com segurança”, escreveu Lochte, horas depois de a delegação norte-americana pedir desculpas em seu nome e no dos três outros nadadores que participaram da farsa.

“É traumático estar tarde da noite com seus amigos num país estrangeiro – com a barreira da linguagem – e ter um estranho com uma arma apontada para você, exigindo dinheiro para que você vá embora (…) Eu deveria ter sido mais responsável na forma como me comportei e, por isso, peço desculpas aos meus companheiros de time, meus fãs, aos que competiram comigo, meus patrocinadores, e aos anfitriões desse grande evento. Eu tenho muito orgulho de ter representado meu país numa competição olímpica e essa situação poderia e deveria ter sido evitada. Eu assumo a responsabilidade pelo meu papel nisso tudo e aprendi lições valiosas.”

Lochte tem 32 anos e onze medalhas olímpicas, sendo seis de ouro. A versão do assalto foi sustentada por ele e pelos companheiros James Feigen, Gunna Bentz e Jack Conger até a última quinta-feira, quando foi revelado que o intuito do grupo era preservar o relacionamento de Lochte – ou seja, eles mentiram sobre o horário e o que fizeram na madrugada para que a namorada do nadador não ficasse incomodada com a “noitada”.

Alcoolizado, o grupo depredou o banheiro de um posto de gasolina na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Quando foram abordados por seguranças, que constataram o dano, os atletas tentaram fugir. Foram impedidos, e um dos seguranças apontou uma arma para os nadadores. Eles então deram US$ 120 como forma de compensação pelo prejuízo no posto. Entraram num táxi e seguiram para a Vila Olímpica. No dia seguinte, disseram que haviam sido assaltados.

Em sua postagem, Lochte pediu que essa história seja esquecida. “Já houve muita coisa dita e muitos esforços valiosos dedicados ao que aconteceu no último fim de semana. Então, espero que passemos nosso tempo celebrando as grandes histórias e performances destes Jogos e que pensemos em celebrar os sucessos futuros.”